E A CABEÇA PELOS PÉS
BOSCO ESMERALDO E NASSER QUEIROGA


http://www.recantodasletras.com.br/cordel/3144684
 

METENDO OS PÉS PELAS MÃOS

E A CABEÇA PELOS PÉS

Duelo entre Zé do Corda e Galego -

http://www.recantodasletras.com.br/cordel/3144684

 

Rimada: ABBAA CCDDC em décimas
 

(Desafio proposto por Bosco Esmeraldo a Nasser Quieroga)

 

ZÉ DO CORDA

Num PC que tudo trava

Neurônios paralisados

Pensares descontrolados

Ideia desencontrava

Juízo que não destrava.

Causou tantos embaraços

Dos pulsos dos pés, nem traços

Nos cotovelos das pernas,

Tornozelos das mãos ternas

Nos meus joelhos dos braços


 

GALEGO

Amigo, estou preocupado

Com o danado deste PC

Capaz de endoidar você

Seu juízo cozinhar

Vai começar a delirar

E vê em tudo minhoca

Jogue fora está B........

Melhor mesmo é relaxar

E quando comprar os óculos

No seu PC operar


 

ZÉ DO CORDA

Galego não posso fazer

O que você me sugere

Explico a você, espere

Já fiz e vou refazer

Pois não posso desfazer

Do tal PC com certeza

Era assim de uma lerdeza

Do dono da casa, é o danado

De onde estava hospedado

Te devo essa proposta


 

GALEGO

Tás bem certo, companheiro

Tens muito é que agradecer

Por cê ter que padecer

E o diploma, o primeiro,

De paciência certeiro.

(*farnezim = ansiedade, frenesi) → Um "farnezim"*, roedeira

Pode até dar caganeira

Relaxa, amigo do peito

Esse PC num tem jeito

Senão, vais fazer besteira.

ZÉ DO CORDA

Dói-me no pé da barriga;

Coça-me a palma dos pés;

Não que eu tenha chulés

Careca se assanha na briga;

Desfaz da amizade a intriga.

Incha-me o peito da mão;

Cheio de tanto sermão;

Dos pés, me coça a palma

E a minh'alma pede calma,

Trocando o sim pelo não.

GALEGO

Tá dando dor de barriga

Isto é talento entravado

Dói mais do que bucho inchado

É a tal da inspiração

Coçando nos pés e nas mãos

Querendo de tu sair

Melhor, pois, é escrever

Pegue lápis e papel

E desvende este véu!

E escreva poema aqui!


ZÉ DO CORDA

O fundo do olho d'água;

Jorra vida dessa fonte.

Mesmo que a sorte me aponte.

A fonte de toda a mágoa.

No choro que aqui deságua.

A terra geme de tristeza.

Olhando pra natureza.

Que o homem insano destrói.

Com tudo que ele constrói.

Enfeia a sua beleza.

GALEGO

Enfeia toda beleza

Mata o mundo e mata nós

E dá-nos sina atroz

Por causa dessa rudeza

Se mata a Mãe Natureza.

Da flora e fauna, que será?

Nos entes ao Deus dará...

Povo mais desnaturado

Parece desmiolado

Como tudo vai acabar?

ZÉ DO CORDA

Ganância pelo dinheiro

É o que vejo nessa história

Buscam pra si toda a glória

Querem ser povo sem herdeiro

São de nós qual cão rafeiro.

Não valem um cão de trigo

Meus Deus, parece até castigo

Não estão nem aí pra gente

Que casta inconsciente!

Verdadeiros inimigos.

GALEGO

Do peito nasce a revolta

Dá até um nó na goela

Caroço de abacate

Tão difícil de engolir

O esplendor da natureza

Todo o dia está aí

Presente do Nosso Deus

Dado ao homem de graça,

Mas o homem, um insano

Faz do belo uma desgraça.


 

ZÉ DO CORDA

Presente do Nosso Deus

Que graça e amor nos tem dado

E que de nós tem cuidado

Pois nós somos filhos Seus

Não somos quaisquer ateus.

E, como Seus semelhantes

Devemos todos consoantes

Um ao outro sempre amar

Da natureza cuidar

De todos concomitantes.


 

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Mestre Zé do Corda agradece ao Mestre Galego a honra de com este fazer este desafio de violeiros sem viola, cantando as cantorias sem música nem melodia.

Zé do Corda = Bosco Esmeraldo;

Galego: Nasser Queiroga.

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Aberto a interações.

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Pr. Bosco Esmeraldo
http://boscoesmeraldo.blogspot.com/


O poeta amigo e mestre Jacó Filho veio abrilhantar nossos versos!

Jacó Filho
 
Deus nos dá tantos presentes,
E reconhecê-los é sempre bom..
Por vocês, estou contente,
Pelo bom uso de seus dons...
Reforço que sou um dos fãs,
Que levantando muito cedo,
Faço questão de toda manhã,
Vir descobrir vosso enredo...
Mas não provei desta maçã,
Por isso, não ponho o dedo...

Parabéns! E que Deus nos abençoe e nos ilumine... Sempre...

E a amiga mandou a caneta e fez uma bela interação... Obrigado, amiga poetisa
luciana vettorazzo cappelli
 
A natureza sem Deus
Não serve pra ser entendida
É um seco reduto de ateus
Água salgada que jorra
E jamais cura a ferida.
Papel, lata e garrafa
Num bando de farofeiro
De gente que joga a tarrafa
Prum mar que nunca vai ter herdeiro.


 
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Mestre Zé do Corda agradece ao Mestre Galego a honra de com este fazer este desafio de violeiros sem viola, cantando as cantorias sem música nem melodia.
Zé do Corda = Bosco Esmeraldo;
Galego: Nasser Queiroga.

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Nasser Queiroga
Enviado por Nasser Queiroga em 07/08/2011
Reeditado em 15/06/2020
Código do texto: T3145825
Classificação de conteúdo: seguro
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