(Foto:- Estas que mostro aqui são do "Cipó de Sino".)
CHINELOS
I
Ao lado da minha cama
que hoje está sem calor,
o meu chinelo reclama
o teu chinelo, amor.
II
A minha e a tua "havaianas"
se aconchegam na sapateira,
mas infelizmente na cama
tem sobrado um lado inteiro.
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A dubiedade parece até implícita nos versos... para quem os lê. Prova disto - sobre as quadras acima - eis a diferente interpretação de dois ilustres poetas, cujas interações honrada agradeço.
Sob a visão de SAULO DE LISS:
Na cama e só - quem diria -
uma dama assim tão distinta,
numa noite longa e fria,
sem ao lado um boa pinta.
E as sandálias, - que horror!
parece até brincadeira,
torcem o nariz para a dor
e amam-se na sapateira.
uma dama assim tão distinta,
numa noite longa e fria,
sem ao lado um boa pinta.
E as sandálias, - que horror!
parece até brincadeira,
torcem o nariz para a dor
e amam-se na sapateira.
Sob a visão de WALDY WÜRDIG:
Em tudo há poesia,
mesmo em nossa solidão;
os chinelos - quem diria -
metaforizam paixão.
os chinelos - quem diria -
metaforizam paixão.
(Foto:- Em compensação... no meu jardim tem sobrado flores lindas. Aqui, para combinar com o texto, rs, pequena parte de um cacho de "sapatinho de judia".)