Convivendo com irmãs,
Uma mais velha que outra,
Entendi não são só cãs,
Que mostram da vida dura.

Os achaques da idade,
Judiam no fim da vida,
E nos da muita saudade,
Dos nossos anos de lida.

Vejo as limitações,
Que cada vez são maiores,
E sem ter compreensões,
Nos faz parecer mediocres.

Situação desagradável,
Quando fralda geriátrica,
Ultrapassa o provável,
Pior que descarga elétrica.

Incontinência senil,
Bem comum de acontecer,
Torna o velho servil,
Por ninguém o entender.

Cair comida do talher,
Muito mais do que normal,
Nos transforma em qualquer,
Tratado como animal.

Nossa lentidão nos passos,
Incomoda os mais jovens,
Não melhorando os laços,
Que devem unir os homens.

Sei que somos limitados,
Mas se também somos pobres,
Além de pobre coitados,
Sentimentos menos nobres.

Sentidos mudam de nome,
Desgastados de uma vez,
Visão de torna disforme,
Audição vira surdez.

Sabemos que o futuro,
Não existe para nós,
A vida foi osso duro,
Os laços viraram nós.

Contamos muitas histórias,
Repetindo-as bastante,
O que sobrou nas memórias,
De uma vida brilhante.

Já provei que fui capaz,
Pela vida que vivi,
Se hoje sou incapaz,
Muita coisa construi.......

                       
aprendi e ensinei!!!