A ÚLTIMA TROVA

Nunca foi a minha praia
O que chamo de poesia
Agora deixando a raia
Após muita ousadia

Ano e meio de Recanto
Baixa média de leitura
Sinal de que não encanto
Nem tenho desenvoltura

Um ousado sem lirismo
É assim que ora me vejo
Por mero diletantismo
Meti-me a traçar versejo

De trovas não aprovadas
Sonetos sequer sofríveis
Tankas assaz repudiadas
Foram provações terríveis

As opiniões elogiosas
Tão somente revelavam
Almas mui generosas
Daqueles que comentavam

Nas métricas reprovado
De rimas bem mal provido
Neste terreno minado
Nunca devia ter caído

Dou a mão à palmatória
Reconheço a petulância
Viverei um'outra história
Exorcizando arrogância

E deixo mais um alerta
É que esta escrivaninha
Até junho está aberta
Ao amigo e amiguinha

Quem vier a mim visitar
De pronto eu retribuirei
Se comentário deixar
Um igual eu lhe farei

Mesmo aquele que não vier
Terá de mim a presença
Na base do "bem-lhe-quer"
Está aqui a sentença


* No dia vinte e  um de junho, o titular desta escrivaninha completará dois anos desde que foi cadastrado no Recanto das Letras. Dos mais de 1.160 textos publicados neste site, somente dois não foram escritos nestes dezoito meses. São eles: "PARA O FILHO AINDA POR NASCER" E "DESILUSÃO AOS TREZE ANOS".
Hoje encerro as publicações de textos de minha autoria no RL. A escrivaninha da qual sou titular, no entanto, ficará aberta para receber comentários, visitas e eu, continuarei a pousar nas escrivaninhas dos recantistas, igualmente pera ler e comentar.

Obrigado a todos.
Alfredo Duarte de Alencar
Enviado por Alfredo Duarte de Alencar em 21/01/2014
Reeditado em 29/04/2014
Código do texto: T4659390
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