DEBOCHANDO DA VELHICE

DEBOCHANDO DA VELHICE

Nada como enganar a morte

Levar a vida até o altar

Casar com ela e ser forte

Aguentar os trancos sem divorciar

Nada como abraçar a sorte

E se possível chutar o azar

Ter o início como norte

E chegar ao fim, para voltar

Nada como gozar preguiça

De botina larga se refestelar

À sombra fresca comer linguiça

Tirar uma soneca e descansar

Nada como jogar conversa fora

E com os amigos festejar

Fazer o que gosta a qualquer hora

Sem com o tempo se preocupar

Ainda que verta lágrimas, não chorar

Ser palhaço e fazer outrem sorrir

Esposa, filhos e netos abraçar

Mesmo a pouca saúde curtir

Relevando até mesmo as dores

Renegando achaques e doenças

Procurando sempre novos amores

Apegando-se a velhas crenças

E viver a eterna esperança

De um dia a juventude tornar...

Ser novamente uma criança

E da velhice poder debochar

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 14/02/2014
Código do texto: T4690536
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