TÁBUAS DE FRIOS
Interação às trovas de WRamos
Ave Maria, menino,
essas tábuas são o fino,
agradam meu paladar...
Mas se comer, vou pecar.
. . .
Elas são deliciosas,
além de serem bonitas,
na cor amarela e rosa...
Eu não resisto, acredita?
. . .
Sem cerveja, vou de coca,
pra degustar esse prato,
que a minha gula provoca,
não resisto, é desacato.
. . .
Gordura é um grande mal,
faz entupir as artérias,
essa tábua é sem igual,
viva a fartura à miséria.
. . .
São lindas de se olhar,
uma arte com certeza,
aguçam o meu paladar,
depressa me sento à mesa.
. . .
Eu vou ficar com o queijo,
e as azeitonas pretinhas,
assim mato o meu desejo:
faço só uma boquinha.
. . .
São por demais tentadoras
as tuas tábuas de frios,
sou boa observadora,
copiá-las-ei de fio a pavio.
. . .
Vou deixar para mais tarde
e deleitar-me com elas,
às cinco a fome me invade,
perco toda a cautela.
. . .
Vai chegando o fim da festa,
comi queijo, presunto, salame...
Meu estomago já protesta,
vou dar-lhes adeus sem vexame.
. . .
Bem compostas, lindas são,
as tuas tábuas de frios.
Outras trovas, sei, virão,
pensar já me dá calafrios.