Trovador

Ó amada, ouve-me a prece:
coa melodia da lira,
o bardo por ti suspira
e um canto de ardor fenece.

Parco pudor inda resta,
pero sofre dentro d'alma,
só teu fogo é flor que acalma
essa dor, dama funesta.

Ah, mui amada não fosses
- solidão tenho vivido -
não te diria ao ouvido:
eu amo teus beijos doces.

Vou contigo aonde vais,
se amante musa tu fores,
compro-te o céu, dou-te flores,
ó deusa-mãe dos meus ais!