Exílio

Desci a rosa dos ventos,

Em intuito dum exílio,

À minha chama reavivar,

Não em busca de acalentos,

Murmúrio silencio,

Sob noite, sento a meditar

Seguindo de ideias, rio,

Rompendo a mente em mar,

Noite sobe, dia desce,

O tempo cobra seu preço,

Pelo que fiz desvaneço,

Homem que esqueceu sua prece,

Pago aqui esta penitência,

Pois, logo a este irei acatar,

O preço da permanência,

Para não em mim mesmo afogar,

Sinto tênue ao longe, sabor,

De tanto do que perdera,

A arte que sempre evocara,

Logo a compreender o amor,

Indigno desta magia

Sei por fim ter me tornado,

Busquei então esta calmaria,

Não o haveria evitado

Sinto agora este lampejo,

Do que posso recuperar,

No entanto há este preço,

E dor irei causar, vejo

Estrelas estão chamando,

Negar novamente, não,

As vozes a mim cantando,

Meu momento de reavivar

Eis que provei o veneno,

Em solidão e desespero,

Retorno de meu tormento

Tornado em guerreiro pleno

Palavra em arma afiada

Me honrarei em empunhar

De volta à pátria amada,

Por minha paixão irei lutar.