Trovinhas por aí...
O remorso me atormenta,
sinto-me um pecador,
cruz em credo, água benta:
perdoa Te peço, Senhor.
. . .
Saudade mora comigo,
não me deixa um só momento,
no meu peito tem abrigo,
vive no meu pensamento.
. . .
A trova os males espanta,
faz a vida mais bonita,
por isso ela me encanta
- capricho, então, na escrita.
. . .
O beija-flor beija a rosa
e, também, a margarida,
que se erguia toda prosa,
cheia de graça e de vida.
. . .
Sensual e delicada,
beijo-te a boca faceira,
afinal és minha amada,
a última e a primeira.
. . .
Olha só que impaciente,
a vida demora a brotar,
mas presta atenção à semente:
ela vai frutificar.
. . .
A insônia me inspira
a escrever poesias,
dedilho, pois, minha lira,
até o raiar do dia.
. . .
Deixa ficar a palavra,
se ela é da tua lavra,
não a mande embora agora
- poesia não tem hora.