Ritmos da vida

Menino, eu era um bolero...

Um tango argentino

Ligado na tristeza da alegria

De tudo que ainda não sabia

Mudaram meu gosto

Marcaram meu rosto

Revelaram-se os dramas

Que eu ainda não sentia...

...E me vi às portas dos sambas

Na iminência das tramas

Na efervescência das camas

Que antes mal percebia

Vesti a fantasia que não era a minha

Marchei ao som dos dobrados

Dancei um frevo danado

Descobri o peso dos pecados

Cedi a um mercado vão

As fossas foram para os ouvidos

Os nervos precocemente falidos

E o penico para o coração

Hoje corro atrás do tempo

Meio frio, algo morno

Semi-ancião sem retorno

Lento, depuro em valsa cada momento