O Meu Riso Preferido...


Quadras Extraídas do Meu Livro de "POESIAS SOLTAS" -  A ironia do meu riso preferido: 

O meu riso preferido!...
 
Vejam bem, do riso eu falo sério,
Por isso voismecês não riam assim!
Quando for a caminho do cemitério,
Eu ainda vos deixarei um jardim. 
 
--- Não, não ria da minha pessoa,
Porque eu também não rirei da sua!
E se a piada não for boa,
Não a conte!,... apenas atravesse a rua.
 
Ao falar mal, ou até falar bem,
Da sua ou da minha tão triste figura!
Poderá  rir e chorar também,
P'ra limpar toda a sua Alma dura. 
 
E dentro do meu riso preferido,
Com lágrimas nos olhos eu me deito,
Cansado eu me encosto combalido,
D
epois de rir de encontro ao peito! 
 
 Quase estafado de tanto estertor, 
As lágrimas me descem com gosto,
-  Da Alma onde até já sinto a dor,
A escorrer pelo riso do meu rosto. 
 
Descem em cascatas, em turbilhão,
Numa azáfama sem fim quase infernal.
Então eu liimpo o suor com a mão,
E as lágrimas do meu riso ao jornal!
 
ah, ah, ah,... que poeta tão sentimental,  
--- Diz-me, tu me saíste um bom farsante!,
Ao versejar nesta forma teatral, 
Eu te escrevo as comédias de Dante.
 
Em "tercetos" ou estrofes de faz-de-conta,
Eu te escreverei as minhas piadas,  
Como o riso deve ser de grande monta,
Eu me rio nestas quadras tão rimadas! 
 
Ah,ah,ah,... que versejar tão hilariante!
Que pândego tu aqui me surgiste!, 
E de qual riso tu te mostras tão falante? 
É porque eu escrevo tudo em "chiste"!...

Sorridente lá vem o meu trovador,
Sempre alegre e contente, vem a subir,
--- Ao palco desta vida de actor...
Aonde um dia,  também eu hei-de me rir! 

A Primavera surgiu, a saltitar de contente,
Trouxe-me rosas e cravos, begónias e mangericos!
Violetas e margaridas, azaleias dentre a gente,
Chegou alegre!, eram umas "nove e picos"!  
 
Ah,ah,ah,... que perfume hilariante!,
Que vem deste riso, tremendo gozador.
Eu te mostro sorriso incessante,
E tu me chamas de estupor?!
 
Finalmente rirei de mim moribundo!...
Mas só quando a piada surgir,
Ao deixar as minhas flores neste mundo,
Na hora de ir embora, quando partir...  

 (in: POESIAS SOLTAS)
Autor:  Silvino Potêncio - Natal/Ago/2007

 
Silvino Potêncio
Enviado por Silvino Potêncio em 29/04/2018
Código do texto: T6322524
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