Quatro longas quadras da ausência continua
As vezes tenho muita vontade de ir embora
embora eu, o linda senhora das andorinhas
lembrando o bom tempo que tu me vinhas
mudo de vez a minha ideia de mundo afora
O destino só vive à sede de quem caminha
e não me acarinha, pois a ida nunca aflora
pois penso: estrada, e o tanto que apavora
a hora assim evapora, sob solidão daninha
Pelo desejo que tu voltes no passo da hora
que arvora toda história que nos mantinha
A tal que muito bem contada, linha a linha,
nem paz, nem rinha, foi, o quê ainda vigora
Qual o céu que tu voas, o bela passarinha?
De tu, nadinha se vê na casa que só chora
Pelo amor que inda me reside, e tudo cora
cante de onde a natureza muito te aninha
13-12-2018
10h49min