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“O importante é andar e se afastar das coisas
que fazem você chorar "
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Natalia Ginzburg (1916/1991) 
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Nascida Natalia Levi, foi uma escritora italiana natural de Palermo, na Sicília. Filha de uma família judaica de origem triestina, seu pai, Giuseppe Levi, era professor universitário e seus três irmãos foram prisioneiros durante o regime fascista. A autora é uma presença marcante não só pelo discurso literário, mas pela sua atuação no cenário cultural e político italiano. Natalia Ginzburg é, certamente, uma das maiores escritoras italianas do século XX. Desde cedo o seu percurso biográfico tem marcas indeléveis: a origem judaica, a intelectualidade do pai, Giuseppe Levi, um professor universitário, e a prisão dos três irmãos durante o regime fascista. Leone Ginzburg, antifascista e intelectual, de origem russa, foi seu primeiro marido, com o qual viveu as perseguições e as censuras do regime fascista, até a morte dele na prisão, em meados da década de 1940. Dessa primeira união teve três filhos, entre eles o historiador Carlo Ginzburg, autor do livro O queijo e os vermes. Em 1950, casa-se com o escritor Gabriele Baldini. Seus primeiros livros são do final da década de 1940 e trazem sempre a memória como uma questão primária e necessária. Seu último livro, Serena Cruz o la vera giustizia (1990), é considerado pela crítica o mais engajado, um pamphelet sobre o problema da adoção. No Brasil já foram traduzidos os seguintes livros: Família, pela José Olympio, Léxico familiar, pela Cosac Naify, Foi assim, pela Berlendis, e O caminho que leva à cidade, pela Primeira Edição. Natalia Ginzburg marca profundamente com seu trabalho editorial a produção intelectual e literária da segunda metade do século XX. Os seus primeiros escritos saem, na década de 1930, na famosa revista Solaria, para a qual colaboraram tantos escritores. Um percurso de vida marcado pelo antifascismo, posicionamento político que já via no pai, Giuseppe Levi, e que depois irá compartilhar com o primeiro marido, Leone Ginzburg, que, preso pelo regime fascista, morre, como tantos outros, no cárcere de Regina Coeli, em 1944. Uma geração marcada, como tantas outras na Europa e na América Latina, pelo signo da censura e de um estado de exceção, mas que na verdade era a regra geral, para lembrar as palavras de Walter Benjamin. 
A narrativa de Natalia Ginzburg, apesar da sua singularidade, acompanha os movimentos tortuosos das manifestações artísticas do entre-guerras e do crucial período posterior à década de 1940. Memórias, ensaios, uma prosa ou um texto teatral revigorantes, uma escritura nítida preocupada com as ações e os gestos cotidianos. Num panorama pelos seus escritos, passa-se de um neorrealismo inicial, presente nos primeiros romances, para uma narração mais vigorosa que aos poucos vai sendo aprendida e construída, fruto das experiências de mundo e daquelas vivenciadas em primeiro plano. Preocupações íntimas, mas também relacionadas à essência do ser humano, perfiladas pelo toque e pela sensibilidade do seu olhar e testemunho. As leis raciais de 1938 fizeram com que Ginzburg, de origem judaica, não pudesse usar o seu nome na capa do primeiro romance, La strada che va in città. Uma brutal violência ao sujeito que é também, mas não só, autor, um lugar discursivo que requer escolhas e opções. A proibição do uso do nome implica, certamente, uma "anulação" de todos os gestos realizados. Uma alienação da subjetividade que fica clara na passagem de Natalia Ginzburg para Alessandra Tornimparte, pseudônimo com o qual assina a publicação. Pegadas de um passado que não se apaga, pode estar adormecido, mas faz parte da memória. l figlio dell'uomo (O filho do homem), ensaio de 1946, é um título significativo para toda uma geração da qual ela faz parte, cujos temas são o sofrimento e a dor, não só física, mas também existencial. Nesse texto, ela afirma que quem foi um dia perseguido não encontrará nunca mais a paz e nem a tranquilidade, já que um toque ou um som noturno é significado de "delegacia". Geração e gerações formadas por Elio Vittorini - poderia aqui ser lembrado o título Homens e não -, Cesare Pavese e Italo Calvino, escritores com os quais ela trabalhará na Einaudi. Em 1963, ganha um dos principais prêmios literários italianos, Lo Strega, com o livro Léxico familiar, traduzido em 2010 pela também Cosac Naify, um dos textos mais significativos da sua poética. Durante anos, trabalhou na editora Einaudi, ao lado de Cesare Pavese e Italo Calvino. Entre suas obras mais célebres estão o romance Léxico familiar e os ensaios de As pequenas virtudes. Natalia morreu em Roma, em 1991.
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A TROVA DO DIA - CCCXLV

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 "ESCORA" 
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O seu amor vou preservar,
 Pra sempre minha querida, 
É muito bom se apaixonar,
  Por quem nos traz guarida.  
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N.A.: "A TROVA DO DIA" é um projeto de publicação em série de quadras poéticas de minha autoria por tempo indeterminado. Apesar de não ser considerado pelas regras literárias, as minhas trovas são identificadas por títulos e algumas delas não obedecem as sete sílabas por estrofe. No entanto, todas terão as rimas e as mensagens como objetivo principal neste trabalho. Na realidade, nessas apresentações, os meus textos deveriam ser classificados como "quadras poéticas", mas preferi identificar o meu projeto com títulos e não com números, como seria o caso. 
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Abraços
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Interações (meus agradecimentos):

24/03/20 10:36 - Antônio Souza
Ela me toma nos braços
Me acolhe em seu peito
Livra-me dos embaraços
Esse amor eu respeito.  
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24/03/20 23:30 - Joselita Alves Lins
Que não seja tão somente,
palavras pra engabelar.
pois eu não aguentaria
sofrer tanto por te amar. 
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POETA OLAVO
Enviado por POETA OLAVO em 23/03/2020
Reeditado em 25/03/2020
Código do texto: T6895368
Classificação de conteúdo: seguro