Águas da fonte

Choram nas montanhas, as fontes

as águas que fazem os ribeiros

mas não se confundam com os prantos

as águas que lavam os janeiros

Esculpem de nuvens, ó águas

e o céu mais parece um celeiro

que vai em torrentes e lavam

e devolve as fontes primeiras

Ó águas teus passos provocam

alento além das barreiras

és tato em lira melosa

que os olhos na alma gotejam

São as águas que franjem, de fato

e cintilam o azul que candeia

são rios de luz que escapam

errantes além das areias

Na força motriz das encostas

despachas o fragor que semeia

no cheiro de flor que exalas

pulsai os alvéolos de abelhas

E das águas que os mares abraçam

algumas são vapores ordeiros

tal almas que aos olhos escapam

mas renascem nas fontes primeiras

Gualther de Alencar
Enviado por Gualther de Alencar em 08/04/2020
Reeditado em 08/04/2020
Código do texto: T6910522
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