AUTORETRATO

Pintei o meu rosto

Com todas as tintas

Vi nele o desgosto

Não há quem não sinta

Na face estampada

Vida estagnada

Monótona e sucinta!

Desenhei meu retrato

Com traços marcados

Vi nele o relato

Sombrio do passado

No contorno que existe

Parece tão triste

Martírio dobrado!

Tentei tudo enfim,

Mostrar como eu sou

Um pouco de mim

Desde que começou...

Memórias da infância

No peito a ânsia

Que nunca acabou!

Fiz de cada poesia

Uma razão bem maior

Sonhos e fantasias

O perfume da flor

Nas tardes vazias

Nas noites sombrias

Buscava o amor!

Mas nunca o tivera

De mim se escondeu

E na primavera

Com ela morreu

Deixou-me tão só...

Desconsolo sem dó

Partiu, não viveu!

Oliveira Vilma
Enviado por Oliveira Vilma em 15/08/2020
Código do texto: T7036415
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