Sô Lalá, um simples e sábio cidadão

Nesta breve narrativa,

Vou contar a trajetória

Duma mente criativa

E sua incrível história.

Trata-se do mano Lair,

Ou Sô Lalá, em casa e aqui...

Foi no ano de 1936,

No interior de Minas Gerais,

Outubro do dia 26,

Para a alegria dos pais,

Nasceu um menino,

Primogênito do casal:

Umbelina Alves e José Estanislau...

O menino foi crescendo

E aos poucos aprendendo

Os valores dum bom cidadão:

Honestidade e amor no coração,

Mas aprontou poucas e boas,

Enquanto o tempo ia passando

Como um pássaro que voa...

Montado numa égua mansa,

Que se fingia de sonsa,

Lalá que ainda não era "Sô",

Muita gente ele "assustô",

Como se fosse um valentão

Pelas ruas de São João!

[São João do Oriente]

Pra roça voltou contente,

Pra levar uma bronca

E aprender que cara valente,

Com Seu Zé não se brinca...

E ao mudar pra Jampruca,

Lá ficou por poucos anos,

A roça era uma arapuca,

Ele tinha outros planos,

Se mandou pro Rio de Janeiro,

Queria ser ator, comediante,

Ou talvez um cancioneiro...

Mas a coisa não deu certo,

Difícil fazer cinema,

Voltou de novo pra perto

Da mãe e do pai,

Pra se casar com Helena...

No roçado não quis ficar,

Pra capital de Minas partiu

Que era o melhor lugar

De tornar-se guarda-civil...

Foi na capital mineira

Que ele tomou consciência

Que durante a vida inteira

A uma classe pertencia:

A dos trabalhadores...

Descobriu que os exploradores

Eram os patrões, burgueses,

Em busca de mais e mais dinheiro,

Só queriam lucro todos os meses...

Desta consciência crítica,

Emerge outro cidadão,

De consciência política,

Que almeja mais que pão...

Quer a riqueza dividida

Com quem a produz

Para ter qualidade de vida,

Como a queria Jesus...

Abraçou a militância

Das causas sociais

E sem arrogância

Caminha com seus iguais...

A consciência de classe pedia

Outra forma de engajamento,

Com paciência revolucionária refletia

O que decidir naquele momento...

No PT se filiou

No exato ano da fundação,

Empunhou a bandeira com amor

Com a paz em seu coração...

Bato no esquerdo do peito

E falo do orgulho que sinto,

Não pra qualquer sujeito

Ter um irmão distinto...

Um amigo e bom pai,

Sem ser paternalista,

Sempre levanta quando cai,

Como um cristão socialista...

Meu amigo, meu irmão,

Pra você bato palmas, peço bis

E reitero minha admiração,

Juntos, sem medo ser feliz

Muitos aniversários seus virão...

Interações:

Mariana Mendes

Sábio acima da média

Ele é uma enciclopédia

Fala e prova o que diz

Sem medo de ser feliz.

Jacó Filho

Uma honrada trajetória,

Que lhe faz valer a vida.

Vencendo cada ferida,

Pra comemorar a glória...

Maurício de Oliveira

Para Lalá tiro o chapéu

Educação simples e honrada

Estanislau não fica atrás

Vossas vidas sejam abençoadas.

geraldinho do engenho

MEUS PARABÉNS PELA PERFEIÇÃO

FIZESTE UM RELATO PERFEITO

DA BIOGRAFIA DO TEU IRMÃO

MEU GRANDE AMIGO DO PEITO

A QUEM EU AGRADEÇO DE CORAÇÃO

POETA NESTE RECANTO NOS DANDO BELA LIÇÃO

Solano Brum

"Tiro meu chapéu a esse Senhor,

que, na sua trajetória,

Com nove dedos e destemor

Escreveu a sua história".