TROVAS
Faz escuro, mas eu canto,
uma canção de amigo,
que vou dividir contigo.
Vê? Por que o espanto?
. . .
Incerteza que me mata,
que minha voz arrebata,
me deixa triste e sozinho,
já não encontro o caminho.
. . .
Tu és o sonho mais belo,
que um dia já sonhei.
Assim é no meu castelo:
tu rainha, sou o rei.
. . .
Esse orvalho da manhã
é tão límpido, posso ver,
até inflama meu afã
na volúpia de querer.
. . .
Recado não te mandei,
acho que te enganaste.
Por que mandaria? Não sei.
Nem sei o que tu pensaste.
. . .
Eu andava distraída
pela praia, olhando o mar,
que vem e que vai como a vida,
num eterno marulhar.
. . .
Vitório Sezabar
São poemas tão perfeitos
Que já não há quem os puna.
Não dá para pôr defeitos
Nas trovinhas de HLuna.