MAMÃE 07/10/1898 À 03/05/1993.

 

Perto do dia das mães,

E com quase um centenário;

Enjoou de comer pães,

E foi para o cemitério.

 

Foi uma noite horrível,

Acompanhar sua partida;

Um sofrimento terrível,

E acabou sua longa vida.

 

Fui buscar o farmacêutico,

Para lhe aplicar injeção;

Ele me disse patético,

Que a senhora era o furacão.

 

Tinha noventa e quatro anos,

E foi uma fortaleza;

Doze filhos, muitos planos,

Não deve ter sido moleza.

 

Seis mulheres, cinco homens,

Formavam sua “escadinha”;

Adultos, crianças e jovens,

A senhora foi uma santinha.

 

Clóvis, Maria e Rosely,

Foram os melhores de gênio;

Já Nylza, Bel e Nely,

As carolas de concílio.

 

O resto com gênio forte,

Que puxamos de papai;

Temos que ter muita sorte,

Para perdões celestiais.

 

Hoje faz vinte e nove anos,

Que a senhora nos deixou;

O centenário era o plano,

Que quase o alcançou.

 

Quem chegou mais perto a Nylza,

Com quase noventa e oito;

Sobra pra mim a proeza,

O caçula será o eleito.

 

Marias Emília e Isabel,

Me desculpem a pretensão;

Minha vida é quase um mel,

Devo passar do cenzão.