Obstinação

 

Para não passar em branco

Pego da pena e me atrevo

Mas para ser muito franco

Nem uma linha eu escrevo

 

Faço sem temer ao pranto

Véu de solidão dos poetas

Que os cobre feito o manto

No frio das horas incertas

 

A noite galopa e avança

Trazendo um ar de mistério

A lua ensaia uma dança

Nos salões do seu império

 

No exercício de um monge

À hora que o sono impera

A madrugada se vai longe

Com ela o medo das feras

 

Minha pena desliza suave

Vai abrindo seus caminhos

Meu coração tem as chaves

Os mapas e os pergaminhos

 

E mais uma trova surge

Como brota a água da fonte

Na hora que o sonho urge

Como o sol lá no horizonte

 

 

MARCANTE, Alexandre.

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Alexandre Marcante
Enviado por Alexandre Marcante em 01/07/2023
Reeditado em 01/07/2023
Código do texto: T7827038
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