EU...

Eu andei pelo vale da fome

Eu vi aceso os olhos da morte

Eu acreditei fielmente na sorte

Eu assisti toda a ira dos homens.

 

Eu abracei o cruel sofrimento

Eu colhi na lavoura da guerra

Eu vi gente morrer pela terra

Eu dormi em meio ao relento.

 

Eu sorri quando a lei era o choro

Eu corri para não apanhar

Eu ouvi todo brado do mar

Eu ganhei toda sorte de esporro.

 

Eu pensei que não ia alcançar

Eu lutei até onde devia

Eu fiz choro virar alegria

Eu queria a vitória abraçar.

 

Eu sou grato por todo o processo

Eu só posso hoje agradecer

Eu nasci para a guerra vencer

Eu lutei por meu próprio sucesso.

JOEL MARINHO