O paspalho

 

Foi bem nascido, o paspalho

em berço de ouro e cetim

Deve ter sido ato falho

de seus pais ou coisa assim

 

Posudo e cheio de si

quase não sai do borralho

Arrota grosso, o bandalho

E bota banca de vizir

 

Se anda fedendo a alho

diz que é perfume francês

Toma banho a cada mês

E mais parece um espantalho

Tem ogerisa ao trabalho
Quando o tem, sai de fininho
Não anda à noite sozinho
Diz ter medo de orvalho

Não perde vasa à mesa
Sempre pronto a dar um talho
Entretanto ele se enfesa
quando o chamam: rebotalho

 

Quand’alguém lhe baix’o malho

faz ares desengonçados

É por todos considerado

carta fora do baralho.

 

 

 

 

 

 

 

 

Vinícius Lena
Enviado por Vinícius Lena em 17/03/2008
Reeditado em 18/03/2008
Código do texto: T905220