O pirata e a rosa
Fui pirata noutra vida
sequestrei uma morena
que virou minha querida
rosa sim, que me envenena...
Nos mistérios deste mar
pude ver como era bela
me guiava no luar
vindo lá dos olhos dela...
Inventei o navegar
naveguei no meu invento
naufraguei neste luar
mas cumpri o meu intento...
E por ela eu enfrentei
onda alta e perigosa
ao fugir do tal do Rei
que era o pai da minha rosa...
Eu por ti já naveguei
nas piores tempestades
mares bravos enfrentei
pra te dar facilidades...
Teve ainda um pretendente
que babava em teu olhar
minha adaga era tão quente
que tomei o seu lugar...
Essa adaga era encantada
grande bruxo a fez assim;
guardião da minha fada
te guardando só pra mim...
Ela foi a minha vela
no meu mastro, hasteada;
ela foi a caravela
que chegou na enseada...
Naveguei nas tuas dunas
me perdi nas tuas matas
eu espero não me punas
por beber nas cataratas...
Me deitei na tua areia
invadi teu coração
tendo acima a lua cheia
clareando essa emoção...
Eu me finco em teu espaço
faço pouco das vergonhas
eu avanço em meus amassos
no meu sonho, que tu sonhas...
Faço graça em tua mente
nas palavras eu descambo;
eu te inundo de semente
no lugar onde te lambo...
Vou colher-te minha rosa
e fincá-la no meu peito
vou olhar-te enquanto goza
neste céu, mais que perfeito...