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Gravidez após os 35 anos exige atenção

O sonho de ser mãe pode ser adiados pelas escolhas profissionais.

Junto com a opção de deixar a gravidez para depois está o desenvolvimento da medicina e o aumento da qualidade de vida. Para que não haja surpresas desagradáveis, os médicos orientam que as mulheres façam um bom exame pré-natal.

A mulher está cada vez mais independente. Com isso, ela acaba acumulando várias atividades que antes não lhe eram direcionadas. Atualmente, ela acaba se dividindo entre o trabalho de casa e a vida profissional. Desta maneira, algumas escolhas são deixadas para trás, como a opção em ter filhos.

Com o acúmulo de tarefas, algumas mulheres acabam deixando a maternidade para idades consideradas impróprias. Mas será que a gravidez após os 40 anos é realmente de risco? Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que 7,3% das mães brasileiras têm entre 35 e 39 anos e 2% têm entre 40 e 44 anos. Os números podem não ser muito representativos, mas confirmam uma tendência. As mulheres estão colocando outros desejos antes ao de ser mães.

Na década de 1960, as mulheres que eram consideradas primigestas idosas (que engravidavam pela primeira vez tardiamente) estavam na faixa dos 25 anos de idade. Hoje, considera-se esse tipo de gravidez quando a mãe tem mais de 35 anos. De acordo com a diretora de Epidemiologia e Informações em Saúde da Secretaria de Saúde de Londrina, Sônia Fernandes, o número de partos na cidade de mulheres com mais de 40 anos aumentou. Entre 2005 e 2007, houve um aumento de 13 partos com mulheres acima desta idade, sendo registrados 109 casos no último ano.

Uma gravidez fora de época pode gerar grandes problemas para a gestante e para o feto, já que o risco de o bebê nascer com alguma anomalia aumenta proporcionalmente à idade da mãe. Porém, isso não significa que todas as mulheres que optarem pela gravidez depois dos 35 anos terão problemas com seus bebês.

Acompanhando a opção de deixar para depois a maternidade estão o desenvolvimento da medicina e o aumento da qualidade de vida. Para que não aconteçam surpresas desagradáveis, os médicos orientam que as mulheres façam um bom exame pré-natal. De acordo com o médico do Hospital Universitário (HU) João Bento de Moura Neto, o exame merece mais atenção a partir do quinto mês.

Ele ainda comentou sobre os problemas mais comuns enfrentados em uma gravidez tardia. "Em uma mulher de 20 anos, a chance de o feto ter síndrome de down é de um em 500. Já aos 40 anos, é de um em 100. Pelo fato de o óvulo estar mais envelhecido, aumentam as chances de má formação do feto", relatou.

Segundo o médico, uma gravidez após os 35 anos pode trazer outros problemas que devem ser levados em consideração. "Pode haver o aumento do risco de infarto, hipertensão, diabetes, problemas odontológicos e oftalmológicos", enumerou.

Mesmo tendo conhecimento dos problemas trazidos por uma gravidez tardia, muitas mães acabam correndo o risco. É o caso da jornalista Elsa Rosa Caldera, que teve seu quarto filho aos 41 anos. Para ela, antes de uma gravidez nessa idade é necessário que haja muita conversa entre o casal. "E a mulher é quem deve ter a palavra final, porque será ela quem vai passar por todo o processo da gestação", comentou.

Segundo a jornalista, a gravidez após os 40 foi muito mais exigente, porque não há a mesma disposição e preparo físico de quando ela teve sua primeira filha, aos 19 anos. "Acabei optando por ter um filho nessa idade porque me casei novamente com uma pessoa que não tinha filho e queria muito tê-lo. Então eu me arrisquei, mesmo tendo 41 anos de idade", explicou.

Ela contou os cuidados que tomou para ter uma gestação segura. "Optei por um pré-natal com pessoa especializada. Fiz todos os exames de ponta, ultra-sons sofisticados para ter toda avaliação do pré-natal. Como continuei trabalhando normalmente, também tomei muito cuidado com a questão da alimentação e com as atividades físicas, que tive que melhorar bastante", explicou.

Elsa dá um conselho para as mulheres que decidirem pela gravidez tardia. "Tem que tomar muito cuidado, passar por bons médicos, fazer todos os exames. Estar muito consciente que vai ser uma caminhada difícil, mas que vale a pena, pois não tem coisa melhor do que ter uma criança."

WEBJornal Laboratório

Londrina, 17 de Outubro de 2008. ANO V. Edição nº 156

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