(Col.Agro) - COMO SE CALCULA UMA FÓRMULA DE FERTILIZANTE

COMO SE CALCULA UMA FÓRMULA DE FERTILIZANTES:

Numa indústria, os químicos são responsáveis pelo cálculo das formulações que são enviadas ao parque industrial onde estão as matérias-primas estocadas e os equipamentos de moagem, granuladores, misturadores , ensacadores etc. Tudo supervisionado por uma equipe de engenheiros de diversas especialidades.

A fórmula é calculada com base em 1.000 kg de matérias-primas, depois registrada nos orgãos governamentais competentes. Após obtido o registro, o produto começa a ser industrializado e depois comercializado.

1. Vamos supor o cálculo da fórmula 5 – 30 – 15 que contem 5% de N, 30% de P2O5 e 15% de K2O. Como já foi dito anteriormente, isto quer dizer que em 100 kg teremos 5 kg de N, 30 kg de P2O5 e 15 kg de K2O. Em 1.000 kg, 50 kg de N, 300 kg de P2O5 e 150 kg de K2O

As matérias-primas disponíveis são:

Fosfato diamônio (DAP) – 18% de N e 46% de P2O5

Superfosfato simples (SS): 18% de P2O5

Superfosfato triplo (ST): 42% de P2O5

Cloreto de potássio (KCl) – 60% de K2O

Como só temos uma matéria-prima que fornece potássio vamos começar o cálculo da fórmula por ela. A tonelada da fórmula exige 150 kg de K2O.

100 kg de KCl tem 60 kg K2O

X 150 kg K2O

X = (150 x 100) dividido por 60 = 250 kg KCl/t

Faltam, portanto, 750 kg de matéria-prima para fechar os 1.000 kg.

Vamos partir, agora, do N pois só temos uma matéria-prima que fornece o nitrogênio – o DAP.

100 kg de DAP tem 18 kg de N

X 50 kg de N

X = (50 x 100) dividido por 18 = 278 kg DAP/t

Como o DAP também fornece P2O5,

100 kg de DAP tem 46 kg de P2O5

278 kg de DAP X

X = (278 x 46) dividido por 100 = 127,88 kg de P2O5/t

Precisamos de 300 kg de P2O5. Como já temos 127,88 kg, estão faltando 172,12kg de P2O5. Ou seja, 17,21%. Em matérias-primas, temos os 250 kg de KCl e os 278 kg do DAP que somam 528 kg. Faltam, portanto 472 kg de matérias-primas que vão ser distribuídos entre os SS e ST.

(1) 18 a + 42b = 17.210 (17,21 x 1000) onde (a) é o SS e (b) o ST.

a + b = 472 kg logo b = 472 – a

Substituindo (b) na equação acima (1), teremos:

18 a + 42 (472 – a ) = 17.210

18 a + 19.824 – 42 a = 17.210

-24 a = 17.210 – 19.824

-24a = -2614

a = 2614 dividido por 24 = 109

b = 472 – 109 = 363

Como (a) = Supersimples (SS) , teremos 109 kg/t de SS = 1,96% P2O5.

Como (b) = Supertriplo (ST), teremos 363 kg/t de ST = 15,25% P2O5

Está pronta a nossa fórmula, vejamos:

Kg de Matérias-primas

278 kg de DAP fornecem: 5,0% de N e 12,79% de P2O5

109 kg de SS fornecem: 1,96% de P2O5

363 kg de ST fornecem: 15,25% de P2O5

250 kg de KCl fornecem: 15,0% de K2O

Totais - 1.000 kg 5,0 (N) 30,0 (P2O5) 15,0 (K2O)

2. Vamos supor que a indústria só tem em disponibilidade as seguintes matérias-primas:

Fosfato monoamônio (MAP) – 11% de N e 52% de P2O5

Superfosfato simples (SS) – 18% de P2O5

Superfosfato triplo (ST) – 42% de P2O5

Cloreto de potássio (KCl) – 60% de K2O

Adotando o mesmo raciocínio anterior:

100 kg de KCl tem 60 kg K2O

X 150 kg K2O

X = (150 x 100) dividido por 60 = 250 kg KCl/t

100 kg de MAP tem 11 kg de N

X 50 kg de N

X = (50 x 100) dividido por 11 = 455 kg MAP/t

Como o MAP também fornece P2O5,

100 kg de MAP tem 52 kg de P2O5

455 kg de MAP X

X = (455 x 52) dividido por 100 = 236,66 kg de P2O5/t (23,66%)

Precisamos de 300 kg de P2O5. Como já temos 236,66 kg, estão faltando 63,4 kg de P2O5. Ou seja, 6,34%. Em matérias-primas, temos os 250 kg de KCl e os 455 kg do MAP que somam 705 kg. Faltam, portanto 295 kg de matérias-primas que vão ser distribuídos entre os SS e ST.

(1) 18 a + 42b = 6.340 (6,34 x 1000) onde (a) é o SS e (b) o ST. :

a + b = 295 kg logo b = 295 – a

Substituindo (b) na equação acima, teremos:

18 a + 42 (295 – a ) = 6.340

18 a + 12.390 – 42 a = 6.340 ou – 24 a = 6.340 – 12.390

24a = 6.050 a = 252

b = 295 – 252 = 43

Como (a) = Supersimples (SS) , teremos 252 kg/t de SS = 4,54% P2O5.

Como (b) = Supertriplo (ST), teremos 43 kg/t de ST = 1,80% P2O5.

Está pronta a nossa fórmula, vejamos:

Kg de Matérias-primas

455 kg de MAP fornecem 5,0 %de (N) e 23,66% de (P2O5)

252 kg de SS fornecem 4,54% de (P2O5)

43 kg de ST fornecem 1,80% de (P2O5)

250 kg de KCl fornecem 15,0% de (K2O)

Totais 1.000 kg 5,0 (N) 30,0 (P2O5) 15,0 (K2O)

3. Vamos calcular a composição em matérias-primas da fórmula 5 – 25 – 15.

As matérias primas disponíveis são:

Uréia – 45% de N

Supersimples (SS) – 18% de P2O5

Supertriplo (ST) – 42% de P2O5

Cloreto de potássio (KCl) – 60% de K2O

N: 100 kg de Uréia 45 kg de N

X 50 kg de N

X = (50 x 100) dividido por 45 = 112 kg uréia/t

K2O: Sabemos que 250 kg de KCl fornecem os 15% de potássio.

P2O5: 18 a + 42b = 25.000 (25% x 1.000)

a + b = 638 (1.000 – 112 – 250)

b = 638 – a

18 a + 42(638 – a ) = 25.000

18 a + 26.796 – 42 a = 25.000

- 24 a = - 1.796 ou 24 a = 1.796

a = 1.796 ÷ 24 = 75

b = 638 – 75 = 563

Como (a) = Supersimples (SS) , teremos 75/t kg de SS = 1,35% P2O5

Como (b) = Supertriplo (ST), teremos 563 kg/t de ST = 23,65% P2O5

Está pronta a nossa fórmula, vejamos:

Kg de Matérias-primas

112 kg de uréia fornecem 5,0% de N

75 kg de SS fornecem 1,35% de P2O5

563 kg de ST fornecem 23,65% de P2O5

250 kg de KCl fornecem 15,0%

Totais 1.000 kg 5,0 (N) 25,0 (P2O5) 15,0 (K2O)

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