Um ser humano questionado
Performances "Glicemia" e "Existência" discutem comportamento exagerado do homem na contemporaneidade
O ser humano e seu comportamento confuso nos dias atuais estará no foco de duas performances, a artista plástica Noemi Assumpção traz "Glicemia", uma abordagem sobre as compulsões, sobretudo relacionadas à alimentação. As pesquisas que originaram esse projeto começaram há três anos, quando ela se envolveu em um trabalho de auto-retrato espacial. Nessa montagem, Noemia usa apenas o próprio corpo além de 8 kg de açúcar.
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Comecei a perceber melhor coisas que nos perseguem, como o culto à magreza e a compulsão alimentar. O açúcar, a meu ver, representa o vício, o veneno, a má alimentação. Durante a performance, entro em contato com ele de uma maneira doentia: lambo, ingiro, me esfrego, rastejo", explica. Noemi possui, em seu portfólio, outras produções sobre os excessos do ser humano, sendo alguns focados na busca por uma beleza a qualquer preço, que seria comprovada pelo crescente número de cirurgias plásticas.
Segundo ela, o objetivo de seu trabalho é discutir como a compulsão pode ser uma tentativa de gratificação emocional. "Faço questão de incluir também um certo humor nessa performance e é interessante observar a pessoa que assiste: ela fica confusa, não sabe se ri ou se sofre porque, no fundo, também se identifica", acredita.
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O bailarino e ator Fernando Audmouc mostra "Existência", na área externa do espaço. Durante a montagem, ele se "transformará" em uma árvore com a ajuda da artista Isabela Cesário. A ideia do ator é refletir, assim, sobre o desejo das pessoas em quererem existir sem se preocuparem com o futuro. Na visão de Fernando, esse comportamento é como ser uma árvore: ela vive o presente e dialoga com o mundo em um tempo peculiar.
![malucos-de-estrada-0010.jpg](http://2.bp.blogspot.com/-joA4YdSnAro/UUSIEmgUJ-I/AAAAAAAAMRA/z8dc6C1qZ40/s1600/malucos-de-estrada-0010.jpg)
Os jovens da década de 60 se tornavam os jovens adultos dos anos 70, e o que se pregava era paz e amor. “Faça amor, não faça guerra”. O amor livre, a libertação sexual, experimentação das drogas, reclamação do direito das mulheres, tudo isso chega às massas. Homossexuais – antes temerosos das perseguições – começam a exprimir suas diferenças e reivindicar seus direitos perante a sociedade. É uma revolução social crescente e de extrema importância histórica. Movimentos políticos diversos, as “minorias” oprimidas anseiam por seus direitos e realização pessoal.
Então... Que dúvida cruel... (risos) se fico com “Faça amor, não faça guerra” ou Ditadura da Beleza ....