Ser lapidado ao invés de descartado

Um motivo a mais para viver:

Mais e mais pessoas aderem à era do descartável.

Aquilo que não nos serve mais, jogamos fora.

Gera em nós, cada vez mais, a sensação de que

As pessoas também são descartáveis.

Rara beleza e encanto despertamos em alguém.

Raro prazer, paixão e amor também provocamos.

Anos ou tempos passam e, de repente,

Foi-se o encanto, a beleza, o prazer, a paixão, enfim, o amor.

A tendência, então, é descartar, jogar fora, esquecer.

Vaso que se quebra é substituído por outro...

Em tempos de renovação, de consumismo,

Lugar comum é substituir tudo, o de ontem já está ultrapassado.

Há sempre o que mudar, aprender, descobrir.

A fila anda, é o que dizem hoje.

Passando pela calçada da vida,

O olhar interessado de quem tem um dom especial,

Dom de recriar, renovar, refazer e aperfeiçoar,

Esse dom que faz com que nada se perca, tudo se transforme.

Sem perder tempo, logo corre a salvar o que estava perdido.

Em suas mãos agora, o objeto descartado, torna-se matéria prima.

Tudo é aproveitado, lapidado, esculpido, enfeitado.

Rara beleza vai aparecendo...

Aquilo que era lixo, vai virando uma obra de arte.

Nunca se viu algo tão maravilhoso!

Surge um novo objeto, ou uma nova pessoa.

Foi-se o que era desprezo e inutilidade.

O feio se torna belo,

Ruído se torna arte.

Mundo novo a descobrir,

Amores novos a conquistar,

Raízes profundas de vida a brotar.

Na vida, sempre precisamos das mãos de um Artista,

Um Artesão capaz, que descobre, onde tudo parece perdido,

Mais possibilidades de vida, de recomeço.

A aparência gasta e sofrida,

O Artista sabe que pode ser mudada.

Basta um toque, um olhar, um carinho, um perdão, um sorriso...

Rasgos se tornam retalhos de uma linda colcha nova.

A pessoa, antes desprezada, agora se torna novo ser.

Dias de sofrimento agora se tornam de alegria.

E a possibilidade de começar de novo...

A felicidade de se saber e se sentir amado...

Ruídos de que não mais será descartado...

Tudo faz com que sua vida floresça!

E um novo ser se descortina...

Nádia Maria
Enviado por Nádia Maria em 25/06/2008
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