Ao Saramago eu tinha que falar.

Ao Saramago, eu tinha que falar.

Jaz o corpo do coerente homem poeta em seu tempo,à cinzas volta.

Ostracizado nunca se calou perante a ditadura reinante, em que viveu.

Serralheiro pobre fundiu frieza rígida do aço à dureza de sua vida.

Espalha versos, vida registra no parto dorido de “Levantado do Chão”.

Salazar o perseguiu, mas como Jacarandá não se quebra, segue vida.

Assim viveu este poeta de frente para a mísera escandalosa da região

Renasceu em cada dia descrevia a sangue dura condição do lugar que

Ansiava, maquinava dias melhores àquele sofrido povo de vidas vazias.

Mas num jardim lisbonense cinzas poeta sua obra pulveriza em flores.

Agora na paz dos braços do Pai, ainda suspira um grito aos seus.

Grita ao povo,ainda há muito a fazer para salvar a dignidade humana.

Opera-se a vontade divina e descansa enfim na paz Jose Saramago.

"Se tens um coração de ferro, bom proveito.

O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia." (José Saramago)

Toninhobira

18/06/2010.

Toninhobira
Enviado por Toninhobira em 22/06/2010
Código do texto: T2335270
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.