adoro
adoro
a noite estava chegando, tão perto da música rara
na súbita alegria .que o oceano bravo fosse um
areal e tocar-te-ia já na corrida azul do véu
branco, onde a chama foi acesa, aqui
onde não chove dos dois lados do mar
a folha fria e a folha quente, um fresco de
egberto gismonti, a aguarela da casa da
musica na câmara clara, o vento de
setembro.toco a aspereza doce dos
seios até a polpa evidente e viva no
seu néctar “vê-se mesmo que é
um filme” o colar das letras
as amadas visões onde regresso da areia brava
as sensações invisíveis, na noção diagonal
do poema, um pouco de ânsia nas próximas
sílabas dos nossos medos e amores, ausência
do conectivo do corpo sobre a mesa, o negro
pulsar entre os lábios rosa, rosa choque
espanto-me do virtual desejo cósmico
por esta vida havemos de cantar
docemente , diz-nos uma voz
interior, no outro lado do fundo
o soco sem eco, gozo