Alessandra

Amo-te no silêncio da noite enclausurada,

Lembro-te dos dias em intensa melancolia,

E tu foste ao passado minha musa amada,

Saudosa de meus cantos de terna poesia!

Sabeis, contudo - que aqui em meu coração,

Ainda vives, no cintilar d’um vago fulgor

Nas vagas memórias de minha triste canção,

Derrubaste por mim uma lágrima em amor?

Risonho então, nesta vida eu ainda seria,

A viver na clausura da ilusória fantasia.

Enfim resta-me apenas o dolorido pranto,

Murmurar aos teus ouvidos meu intento

Iludir-me com este mundo na solidão

Levar ao meu peito um breve momento,

Invadindo em espasmos esta paixão,

A Deus rogaria esse doloroso alento!

Pois bem, contigo eu quisera viver.

Rir de mim e deste meu fado de ardor,

Insano!Que me resta senão o sofrer?

Mirando tua fronte no delírio de amor

Ou nas visões vagas, por fim morrer!...

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 28/03/2011
Código do texto: T2876013
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