2030 - ESTOURA A TERCEIRA GUERRA MUNDIAL - PARTE III

Chovia muito quando Michael acordou. Sua perna doía terrivelmente e ele ainda estava no mesmo lugar. O cheiro forte de fumaça penetrou em suas narinas. Havia escurecido e ouvia-se o som de disparos a muitos metros, talvez quilômetros de distancia. Não restavam dúvidas que ele havia sido deixado para trás.

Buscando um abrigo, Michael tentou se levantar e caiu no chão. A lama estava grossa e se ele ficasse ali, logo iria se atolar até o pescoço. Rastejou até debaixo de uma arvore e ali ficou, o som da chuva caindo aumentava a cada minuto que se passava e ele sentiu seu corpo gelar até os ossos.

- Não vou sair daqui vivo – Michael sentia fome, estava como estomago doendo, e pela primeira vez, abrigado debaixo da copa de uma enorme arvore ele olhou seu ferimento, um furo pequeno em sua perna feito a bala ardia e latejava bastante dando a impressão de que ele estava levando umas cem ferroadas de abelha ao mesmo tempo.

Dois dias antes, quando seu batalhão preparava-se para pousar em Manaus veio a ordem do desvio. O aeroporto estava em chamas e não havia como sequer tentar pousar ali. Sem combustível para uma volta emergencial, a solução foi fazer um pouso forçado numa fazenda próxima.

-Apertem o cinto todos vocês, já viram que não temos como descer lá embaixo e sabe Deus aonde iremos parar.

- Michael, tudo bem? Você está bem?

- Não enche Carlos, claro que sim, considerando que vamos pousar sabe Deus onde,que estamos no meio de uma guerra contra a nossa vontade, e que iremos morrer... é estou bem sim.

- Minha mulher está indo pra Argentina com a mãe dela e a minha filha. Estão dizendo que ainda não chegaram lá e os caças não tem autonomia pra lançar um bombardeio em Buenos Aires.

- Olha Carlos, não sei bem como você vai fazer, mas não deixe que sua mulher vá pra lá. Meu irmão está em Santos, ele me ligou hoje de manhã e disse que dois submarinos foram afundados a 300 kilometros da costa. Foi um inferno completo, mas acharam um cara em cima de uma pilha de madeiras, mais parecia um louco quando o levaram pro hospital. Ele disse ter visto muitas embarcações enormes e o meu irmão disse que a inteligência acha que são porta-aviões.

- Michael, se fossem porta aviões a gente saberia bem antes dos americanos pensarem em vir pra cá,é pra isso que existe satélite e é pra isso que aquele monte de gente que opera essas coisinhas são pagas, e se você acha que me pega com esta...

- Cale a boca, me escuta Carlos! Desativaram nosso sistema de monitoramento a uns dois meses. Se o comando está corrompido, se alguém de lá de dentro foi pago pra isso, ou se o sistema foi invadido ninguém sabe, mas isso foi em tempo suficiente pra que as operações fossem conduzidas embasadas em relatórios de campo e nada mais. Vieram pra cá as escuras, ninguém viu, sequer notou a presença deles. O satélite foi reativado e adivinha? Estamos cercados...

- Cara, isso não tem fundamento nenhum e os outros países? Como não sabiam disso? Alguém tinha que saber, tinha que avisar... é pra isso que temos essas merdas desses aliados!!!!

- Como isso ficou em silencio eu não sei, mas pra Argentina a sua família não pode ir, quando descermos iremos procurar uma casa e você liga pra ela assim que...

- Bico calado moças! Todo mundo quieto vamos descer.

- O Sargento está mal-humorado...

- É, no momento todos estamos Carlos.

Ouviu-se um estrondo e um baque violento no chão. O trem de pouso não agüento a batida e o avião deslizou na mata como água... pouco depois a batida e um clarão.

Continua

Peço desculpas a todos por não ter publicado a continuação deste texto em uma semana como havia prometido. Tive muitos problemas com meu trabalho e outros mais para esta continuação. Espero que gostem do texto. Ainda tenho mais para postar,mas devido a um problema com um vírus em meu computador, estou tendo que escrever tudo novamente. Agradeço a todos, boa leitura.