ACRÓSTICO ONOMÁSTICO

ACRÓSTICO ONOMÁSTICO

(Gênese)

Menina, um dia eu assanhei-te a vida, uma vontade minha e também a tua vontade em se materializar. Glorificando-te usavas um frágil amor terreno e, assim, numa...

Aurora de janeiro sem par, entre prantos e lágrimas, tu chegavas de um mundo etéreo. Ressuscitavas em nós o carinho e a ternura que desprendiam de ti. Prometida deusa estelar.

Rasgavas as entranhas íntimas da tua mãe e, num gesto natural dos humanos, assumias a condição da matéria, exilando-te entre nós vinda de um paraíso onde outrora resplandecias.

Cintilavas como a estrela matutina. E a tua aura ainda trazia o brilho sideral da tua ulterior vida no âmago das galáxias e, assim,

Iluminavas o nosso pequeno mundo com a tua graça estelar e, nos teus olhos de verde éter, víamos neles a infinitude da tua origem, num olhar magnetizante que ofuscava as próprias estrelas.

Adorada tu eras, Aldebarã menina!

Hoje, tu fulguras com o tegumento desta matéria que te deixa cada dia mais linda, um verdadeiro bailado divino de matéria nobre com a translucidez fluídica do teu passado metafísico.

Entretanto, ao sorrires tens um pouco do meu sorriso, quando choras tens um pouco das minhas lágrimas e, quando amas, tens um muito do meu amor.

Tudo em ti há uma sombra impalpável de mim, tu és a síntese perfeita de um sonho.

Levas indelevelmente contigo o brasão que nos assemelha, isso é a recompensa dos deuses por ter animado a tua vida e coabitares conosco transformando-te em,

Enamorada dos astros de dos homens.

Navegas silente e cheia de brilho como “Alfa” de constelação nova.

Ao infinito paraíso do teu ser, aonde me faço sonho para reverenciar a tua ignota e indizível beleza.

Distinguida és entre as belas, és Polar!

Afoita estrela de um difícil amanhecer.

Silvam os ventos para trazer do oriente o nardo silvestre, um doce aroma para te envolver.

Inflando o teu espírito não tridimensionado, radiante pela sua própria natureza imponderável, quando...

Levitas em nossos corações o amor, um ensaio humano de benquerença e harmonia.

Vê ó estrela minha filha primogênita, essa é a tua dinastia cantada nos versos de quem, um dia, sublimou-se no prazer para te gerar.

Alumia-nos, pois, no caminho da tua formosura, enche-nos com o vestígio do amor que trouxeste do teu mundo místico espetacular. Incendeia-nos com o fogo etéreo da tua galáxia.

Silvestre foi o aroma com o qual te recebi, e hoje, exalas um perfume bucólico de selva e de pradarias intermináveis.

Impregnei-te com o calor do campo, com a pureza das planícies e com a altivez das montanhas.

Latente em nós há um envolvimento idílico, com vestígios de filhos legítimos de uma natureza rica e sábia. E, assim,

Vejo-te como relva macia nas minhas canções de versos plangentes, feitos de...

Estrofes molhadas de orvalho e pranto das saudades que tenho de ti em teimosos sonhos.

Irrigando-te do caule à copa, até a tua nutriente raiz, para causar um...

Refrigério a ti, primogênita nativa, Aldebarã violetada.

Amo-te, isto é tudo, minha flor-de-lis.

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Adoro-te como galáxia.

Quero-te como estrela.

Amo-te, minha Aldebarã, estrela legitima Alfa de “Touro”.

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 15/12/2006
Código do texto: T319314