Meditando com São João da Cruz

Nunca deixei de lhe amar

Ocasião de discussões logo terminavam bem

E sempre amei meus irmãos de forma igual

Nem que discordasse de suas atitudes

Tentava ver o contexto sem julgamentos

Acolhida, carinho, esforços imedidos

Ressentimentos eram deixados para trás

Dedico-me, até hoje, aos seus filhos e netos

E com todo meu amor e carinho os recebo

Comemos juntos, rimos de bobagens

E ficamos felizes pela simples graça de estarmos juntos

Repentinamente você de mim se afastou

Disse que não sou mais sua irmã

A calúnia espalhou a meu respeito

Virei a abominação e fui excluída

Imensa dor no peito por ver meus filhos rejeitados

Difamados e hostilizados

A minha voz você nem pode ouvir mais

Saiba que sempre vou lhe amar

E por você rezo diariamente

Ressentimentos não guardo, apenas tristeza

Espanto e dor pela rejeição aos meus filhos e netos

Mas não tenho do que me queixar

O próprio Deus foi morto e rejeitado

Sua culpa: amar incondicionalmente

Julgado e condenado injustamente

Ultrajado e difamado pelos seus

Logo eu que, que nada sou

Gosto de sentir o perdão e o amor de Deus

A cuidar de todos nós, mesmo tão insignificantes

Dedico-me aos meus, amo seus filhos e netos como meus

O que fazia antes, faço hoje da mesma forma

Sinto não poder lhe abraçar e olhar em seus olhos

Porém, saiba que nada mudou

Entreguei meu filho e minha nora aos seus cuidados

Logo você, que disse que os trataria como filhos

O tempo passou e nem conhece meu lindo netinho

Amor feito criança, gerado em meio à dor e ao abandono

Mas estão bem, felizes, é o que importa

O Senhor os alimentou, vestiu e cuidou como sempre

Renasceram das cinzas e eu não deixei de lhe amar

Nádia Maria
Enviado por Nádia Maria em 24/11/2011
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