AGONIZANTE TORPOR

Acordo, abro os olhos mas não vejo

Bocejo, boca aberta, sem preconceito

Caminho, cada passo me leva de volta

Devaneio, desfecho do eu incerto

Escuto, empresto o ouvido ao grito do surdo

Falo, frases entrecortadas pelo medo

Grito, grave ressonância sem eco

Habito, homo Sapiens hodierno

Ilumino, intensamente o pedestal

Julgo, juramento incoerente

Leio, linhas nas entrelinhas

Meço, mansamente o espaço sem fim

Nego, não estou sóbrio se confirmo

Olho, orbitais na escuridão

Paro, pelo movimento entrelaçado

Quero, querer nem sempre é poder

Rezo, ruído em prol do pagão

Saio, sistematicamente pela tangente

Tento, tenebroso sentimento

Uso, uma vez de cada vez

Vago, veementemente rumo ao ponto

Xingo, xadrez mal jogado

Zelo, zombando calado me desfaço

"Duplo Acróstico"

Primeira e segunda palavra de cada verso.

Euclides Marques
Enviado por Euclides Marques em 12/09/2012
Reeditado em 12/09/2012
Código do texto: T3878890
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