Despertar da alma

Desperta-te ó alma errante, que já é hora despertar

Em cem mil anos de vida não conseguiria ti explicar.

Senta-te em teu trono, sem mais ti lamentar

Pois larga-ti deste sono e venha logo a cá.

Ela já vem zonza, sem pestanejar, eu já vou

Rindo da minha desgraça sem mais pezar.

Tanta gente chorando pelo que os foi tirado

AH! eu aqui chorando pelo que me foi dado.

Rico é aquele pobre que a felicidade tem.

Dó tenho do rico, tão pobre sem ter ninguém.

Ama-te as luxurias, as ganancias e cadê a alma?

Alma que foi feito de ti? Sem muita graça e só rancor?

Leva pra longe daqui deste meu peito esta tal dor.

Mancha a honra despida dessa imagem deste senhor

Alma desperta querida sem muitos passos, sem muito amor!