Melancolia Noturna

2:30 da manhã. Acabo de chegar de uma festa e estou sem sono. Ligo o PC, entediada. Coloco uma música. Entro em um site de relacionamentos, vejo fotos de amigos, fuxico a vida alheia, vejo mais uma vez as mesmas fotos. Tudo isso na solitária companhia do nada. Esse nada enorme, aos poucos vai sendo preenchido por uma melancolia lânguida, que vai tomando conta, e vai aumentando e aumentando. Cada vez mais. Dá vontade de falar com alguém, mas já é de madrugada. Nem me dou conta quando a música para de tocar.

Silêncio! O som que se escuta é o que se ouve quando nao há ruido algum. O som das gotas da chuva, que já acabou, caindo do telhado, o tic-tac sistemático do relógio, o ronco ronronante do computador. Olho a hora. Não se passaram mais do que 15 minutos. Permaneço por um tempo, estática, olhando a tela luminosa em minha frente.

Rôo as unhas, meus pés se balançam nervosamente. Ficar assim, parada, sem fazer nada, sem pensar em nada, sem sentir nada é angustiante.

Olho para a cabeceira da minha cama. Quem sabe, se eu deitar, o sono não vem. 3:00. Ainda penso em comer alguma coisa, mas a preguiça é tanta que logo desisto. Desligo o computador.

Banheiro. Chuveiro sabonte chuveiro toalha pijama escova de dente pasta de dente torneira. Olho o espelho. O que vejo não me agrada. Mas também, o que importa isso a essa hora?

Finalmente me deito. A chuva voltou a cair forte. Relaxo. Lentamente vou me rendendo ao cansaço. O peso sobre as pálpebras cresce exponencialmente. Aos poucos vou saindo de mim mesma e sem perceber, adormeço, caindo num sono profundo, sem espaço para sonhos, sem espaço para nada. Apenas para próprio o nada.

Schmetterling
Enviado por Schmetterling em 03/06/2007
Reeditado em 01/11/2007
Código do texto: T511988