(Uma homenagem à Dra. Fernanda, que pacientemente trabalhou meus medos e me ajudou a melhor meu sorriso. Com minhas desculpas por alguma ironia e toques de humor!) 
 
Fica o pálido cliente de vigia
Enquanto a dentista brande a broca.
Rangendo, o instrumento assobia,
Nem vê que o coitado já sufoca.
A doutora explica sorridente:
Não dói, mas se doer você me diga;
Doeu! Que replicar o paciente,
A voz porém não sai, foi engolida!
 
Sofri, mas tenho, enfim, nova boquinha;
Aceito o elogio da vizinha;
Tem tempo que a Bela não me via.
Hoje ela me viu e até sorria.
Louvou a mim, ou louvou a dentista?
Ensaio um sorriso de artista,
Repleto de orgulho e alegria!
 
Deixa-me sonhar com nova boca
A Bela me sorrir não é coisa pouca!
 
Convém lembrar que tive muito medo;
Resolvi enfrentar o mastodonte:
Uma prótese, limpeza e quatro implantes;
Zombar do nosso medo é o segredo!
 
Rio atoa agora, e a doutora
Ergue sua taça na conquista.
Inflo o peito e louvo a salvadora;
Sei que tenho um riso de artista!
 
Manhuaçu(MG), 01 de março de 2.015, 11:14 h.