REFLEXÕES DO ANDARILHO METAFÍSICA DA RAZÃO

A razão do ser esta contido nele mesmo, para ir à busca de algo precisamos antes entender que muita coisa esta além de nossas próprias percepções.

Buscamos entender tudo que esta além da matéria, a busca sempre gera mais duvidas do que respostas, fugindo ate da própria razão do ser cósmico.

Entender uma realidade imaterial exige uma visão transcendental, se questionarmos o mundo que vivemos estaremos questionando a nos mesmos, guerras doenças fome pobreza tudo faz parte do nosso progresso através do regresso.

Ter tudo não significa felicidade, pois felicidade e uma palavra vã, pois ela não se perpetua no tempo e no espaço.

Felicidade e algo passageiro em um tempo limitado não passa de pequenos momentos que fogem da inconstância da própria razão. Cada momento e único às coisas mudam em razão do tempo.

Ate o amor de um pai por um filho sofre variações, como todas as relações possuem seus autos e baixos, e isso faz com que o amor tenha que ser reconstruído todos os dias, mesmo que seja através de conflitos.

A loucura e a falha da razão, ser louco e o mesmo que não ter controle sobre si próprio, o que e ser louco.

Ou loucura e a coragem de estar em dois mundos ao mesmo tempo, o que e ser louco, dividindo o paralelo e o real, duas mentes em um só corpo, um ser em duplicidade.

Ou ser louco e ser liberto das correntes da razão.

O que te faz feliz uma ilusão ou uma verdade.

O que e uma mentira, e uma informação dissimulada ou alterada de um fato verdadeiro com um vinculo com a realidade, pois mentir sobre algo que não existe e uma semente infértil no vale das sombras.

Uma mentira exige que se tenha um vinculo com o real.

O que e real e o que e fantasia, se o homem se fantasia para se sentir mais feliz, a fantasia liberta o ser das correntes do real, onde o ser sente que viver enganado aumenta o tempo da felicidade.

A busca pelo prazer passageiro, por uma realização fantasiosa da mente humana leva horas de preparação por minutos de prazer, consumindo semanas de espera o momento passa tão rápido que não se consegue usufruir o tempo desejado.

E assim tudo se esvai como um sonho bom, e por mais que se aproveite a sensação de vazio continua dentro do ser levando a mente a transcender o próprio corpo indo a um mundo que pertence a um único ser.

Os seres não desejam ser a si próprios, fantasiam mentes e corpos, se sucumbindo às fraquezas humanas, fazendo disso uma festa, um carnaval eterno que não termina com o raiar do sol.

Continuando assim por toda uma existência, buscando sempre novas formas para dar sentido a uma existência incompleta, não sendo a si próprio nem se materializando na fantasia que outrora fora seu sonho de consumo.

Alguns seres têm muito, mas vivem insatisfeitos, pois o pouco que o seu irmão tem e um imã que suga a força daquele que deseja mais do que tem.

O circulo nunca se fecha, o labirinto existencial possui multiformas, e quando o ser se liberta do labirinto existencial logo procura outro, pois a busca e que se faz vida, assim o fim da busca traz o fim da vida.

E para as mentes fracas a vida alheia também se torna um labirinto, que faz com que o expectador se deleite com a miséria humana, torce pelo fracasso do próximo fazendo com que o expectador sinta uma vitoria interna.

Como nos jogos que aconteciam no coliseu, onde a platéia se deliciava com o sangue humano e com os gritos de horror, isso era fonte de dominação dos tiranos.

Vivemos cercados de seres mitológicos que interiorizam e exteriorizam sonhos existenciais de poderes místicos, tudo esta contido em nos e se misturando com a própria criação criando uma raça que funde o humano e os seres superiores.

E em nossa razão suprema pelo poder e controle precisamos disso para continuar nossa jornada, e assim a tirania mental se sobrepõe sobre nos com consentimento do próprio ser.

Assim foram os tiranos em Roma, na Grécia, e em terras conquistadas, davam banquetes com muita comida e bebida, jogos, e todos os tipos de diversões promiscuas.

E assim de tiranos passavam a deuses em poucas horas, e os súditos regozijavam em submissão, trocando sua liberdade por prazeres e por cargos que faziam se sentirem seres superiores.

E assim nossa busca continua, pois os seres não se aceitam, não querem ser eles mesmos, precisam de aplauso, de troféus de ser visto, de ser amado, pois não consegue amar a si mesmo se os outros não o amam.

Nunca vamos enxergar as coisas como realmente são, medimos o outro com nossa régua, nosso peso, e medida. Se amarmos não vemos esses defeitos, se odiamos não enxergamos qualidades.

Somos juízes de pensamentos que não nos pertencem, onde usamos a lei para o inimigo e a jurisprudência para o amigo. Somos assim pesos e medidas vão de acordo com a afinidade do réu com a parte julgadora.

Mas quando estamos alcoolizados as barreiras se rompem, os critérios morais deixam de existir, se erramos temos a quem culpar, nos tornamos matéria volátil em nos mesmos, nossa razão passa a ser medida pelo teor alcoólico.

Pois quando queremos algo que se sobrepõe a nos mesmos, a submissão ao ridículo domina o ser pela razão da irracionalidade criando a desrazão da própria razão, onde o desejo sobrepõe ao pensamento.

E nesse posso de desejos inalienáveis tombamos em uma queda que se prolonga durante toda uma existência.

E ao fim iludimos a nos mesmos e aos outros, criando um campo vibracional e energético que imanta almas e cria novos paradigmas mentais.

Fundindo e separando existências, e o circulo vital continua flutuando em nossas mentes agindo em proveito próprio criando a sombra da felicidade do não saber.

Onde o não saber se torna manto sagrado da existência humana, pois se soubéssemos de tudo a felicidade nos seria muito cara, pois às vezes viver na ignorância e virtude.

Somos assim, o bem e o mal, somos nos mesmos, pois meu bem pode ser o mal de outro, não sei, mas se sei não me importo, pois o meu eu, e o soberano da minha razão.

E assim julgamos a própria razão, e ao final fica a duvida do pensamento produzido, pois aumentou a confusão sobre o pensar e o agir, e discutindo de como pode se avaliar uma certeza produzida por diversas incertezas.

Na multiplicidade de pensamentos com tantas fontes de pensadores que problematizaram tantos pensamentos, assim não chegaremos nunca a uma decisão final.

Pois os sentidos sofrem interferências das variáveis da própria certeza, basta uma duvida um questionamento de um só ponto a idéia geral deixa de ter sentido criando a neblina do descrédito.

Assim vamos vivendo, ou melhor, sobrevivendo, não sabemos quem e uma farsa ou o ser que e real, duvidas surgem a todo tempo em variados ambientes, o bem e o mal se mistura.

Nessa dança louca que e a vida, na multiplicidade de ritmos e aromas que inundam nosso ser, às vezes me expresso por meios confusos.

Mas isso e intencional, pois as pessoas tem que deixarem de serem analfabetos interpretativos, e começarem a entender o que se passa a sua volta, em um mundo cada vez mais robotizado por seres humanos.

Temos um programa geral de configuração de mentes, onde todos se sujeitam por economia de pensamento, assim se faz a metafísica da razão, onde duvidas dão sentido a existências.

E a razão fica do lado de quem a proclama e consegue convencer os outros, pois o certo e um só, e quando os seres debatem sobre razão e verdade nem sempre a verdade vence.

E a razão fica do lado do vencedor.

A derrota fica com o sem razão e assim a vida segue com vencedor e vencido, a razão do hoje e a desrazão do amanhã.

O livro contos reflexivos do andarilho do pluriverso se encontra pronto, aguardando editora para publicação.

Paulo César de Castro Gomes.

Graduado em Direito pela Universidade Salgado de Oliveira Goiânia, pós-graduado em docência universitária superior pela Universidade Salgado de Oliveira Goiânia, pós graduando em Criminologia e Segurança Publica pela Universidade Federal de Goiás. (email. paulo44g@hotmail.com)