A rua de um sonho...

Ás vezes conto ladrilhos como se fossem pétalas,

Risco os que estão trincados e também quebrados.

Um a um vou no meu bem me quer... mal me quer,

Alguns dias o ônibus chega antes do bem me quer.

Deixo a varinha que riscavam os ladrilhos no chão

E embarco no ônibus que muitos chamam de latão.

Ultimamente não chego aos ladrilhos que me dizem

Meu bem me quer, meu relógio tem-me mal tratado,

Saindo do horário, do meu lado, me deixando calado.

Os ladrilhos que marquei dizem-me que muito amei,

Nos paralelepípedos devaneios que não mais andei.

Há por fim a rua, a calçada e um breve olhar risonho.

Os ladrilhos, o ponto... partes da rua de um sonho...

Arcadis
Enviado por Arcadis em 25/10/2016
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