A rua de um sonho...
Ás vezes conto ladrilhos como se fossem pétalas,
Risco os que estão trincados e também quebrados.
Um a um vou no meu bem me quer... mal me quer,
Alguns dias o ônibus chega antes do bem me quer.
Deixo a varinha que riscavam os ladrilhos no chão
E embarco no ônibus que muitos chamam de latão.
Ultimamente não chego aos ladrilhos que me dizem
Meu bem me quer, meu relógio tem-me mal tratado,
Saindo do horário, do meu lado, me deixando calado.
Os ladrilhos que marquei dizem-me que muito amei,
Nos paralelepípedos devaneios que não mais andei.
Há por fim a rua, a calçada e um breve olhar risonho.
Os ladrilhos, o ponto... partes da rua de um sonho...