Pablo Neruda
P artistes, agora não há mar para apreciar.
A plaudi cada palavra tua nesta imensidão.
B om seria, se eles criassem vida novamente.
L ágrimas se tornaram nossos olhos, sem poesia.
O céu hoje é teu com demasia.
N avegou sem a permissão dos oceanos e voou sem asas.
E nfeitiçou as estradas melancólicas com amor.
R ios, lagos, riachos, cascadas agora sentem saudade.
U ngia cada alma em extinção.
D ádiva do ventre da tua mãe.
A aurora guarda-te os versos como de outrora amei.
Luciana Bianchini