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Até parece que foi ontem nosso primeiro oi.

Nenhum preparativo, nenhuma busca especial...

A vida simplesmente nos aproximou, não foi?

Pensei estar deveras sonhando e não quis crer.

Afinal, Deus me brindou gratuita e docemente,

Ungindo-me com uma flor que, sim, descende

Ludicamente da real ilusão do meu encantado ser.

Absorvi o cheiro da virgem casta e quente: você.

Busco o primeiro olhar e o primeiro toque real.

Espero que sejam simples, sem rebuscamentos...

Nada de forçosas ações nem constrangimentos.

Ímpio, concedo ao tempo o poder de me desmentir,

Causando-me espanto quando você se permitir

Ir ao meu encontro numa doação inconseqüente.

O que virá depois, claro, não sabemos, mas tente!

Duas ou mil vezes repetidas, tente...

A vida não pode ser um adormecer mormente.

Repetir atos solenes sem nenhum medo ou consternação

Obriga uma metamorfose premente e em construção;

Cada flor que desabrocha, ainda virgem em seu botão,

Horas depois se liberta, liberando um flerte transcendental:

Aroma furtivo que somente se justifica ao seu final.

Nijair Araújo Pinto

Juazeiro do Norte-CE, 20 de setembro de 2007.

08h53min

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