Convento da solidão

CONVENTO DA SOLIDÃO

(Um pouco de niilismo)

Rasguei as cartas

Fotos e afins

Apaguei o sol

Fiz os meus dias

Nublados

Faço chover

Para encobrir minhas lágrimas

Não há neste mundo

Dor maior

O amor de uma vida

Ser perdido

Pela lança da traição fui ferido

Penetrou no coração

Transpassou

Arrancou toda paixão

A amarga derrota

Para o amor

Só trouxe dor

Entreguei minha alma

Me devolveu

Só frangalhos

Uma árvore sem folhas

Só galhos

Tronco oco

Coloquei segredo

Em meu coração

Castifiquei minha libido

Me tranquei no convento

Da solidão

Não acendo nem vela

Empalidecer minha pele vou

Ser fantasma vivo

Gritar muitos "por quês"

Vou ser refém do tempo

No meu convento da solidão

José Gouvêa

CONVENTO DA SOLIDÃO

C riei asas

O uvi o vento

N ele me mergulhei.

V oo para a liberdade

E para outra realidade

N asci para os desafios

T enho personalidade e brios

O que passou sepultei

D ou um novo colorido

A este passado dolorido.

S aber o porquês

O cupa espaços

L ivre quero correr

I r atrás de um novo amor

D e dentro deste convento da solidão

A bro as portas do meu coração

O fereço inteiro a quem chegar primeiro

Angélica Gouvea