CORRUPTOS, CORRUPTORES, CAUSAS.

Diariamente a imprensa falada e escrita noticiam escândalos de corrupção praticadas por cidadãos considerados ilustres no cenário nacional.

Pessoas nascidas em berço de ouro ou incluídas na classe mais favorecida, sem nenhuma necessidade material, não hesitam em assaltar o erário motivadas pela ambição desmedida e pelo desejo megalomaníaco de poder, subtraindo de centenas de milhares de miseráveis, produto da péssima distribuição de renda, a possibilidade de uma vida mais digna.

Não trataremos, aqui, da indignação do povo trabalhador e honesto e, tão pouco, da nossa própria indignação.

Deixamos o discurso para aqueles que na maioria das vezes, em nada diferem dos protagonistas da nossa triste história e, utilizam desses tristes fatos para se promoverem mediante pronunciamentos inflamados, apregoando uma moral que estão muito longe de possuir.

Discutiremos a personalidade, as razões que levam pessoas abastadas sem nenhuma necessidade, pois que, desfrutam de todas as mordomias que o dinheiro pode comprar a se ocuparem de ações ilícitas para acumular mais e mais riqueza, sem, sequer, saber, se delas vão usufruir.

Qual foi a educação familiar e escolar dessas pessoas?

Aqui, vale lembrar uma passagem da bíblia, o livro mais antigo e

mais atual em poder da humanidade.

Parábola de Jesus em resposta a um homem que estava na multidão e lhe pediu que ordenasse a seu irmão dividir a herança consigo. (Lucas capítulo 12, versículo 13, item 16/21).

“O campo de um homem rico produzia com abundância e arrazoava consigo mesmo, dizendo: que farei? Pois não tenho onde recolher os meus frutos. E disse: farei isto, destruirei os meus celeiros, reconstruí-los-ei maiores e aí recolherei todo o meu produto e todos os meus bens. Então direi à minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come e bebe e regala-te. Mas Deus lhe disse: louco, esta noite pedirão a tua alma; e o que tens preparado para quem será? Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus.”

Os protagonistas de nossos escândalos são os modernos homens ricos da parábola de nosso mestre Jesus; talvez, esquecidos dos valores reais transmitidos pelos seus pais e mestres, têm como único Deus o vil metal, muitos deles já em idade avançada não usufruirão, com certeza, daquilo que recolheram usando de todos os meios fraudulentos e, de pessoas que embora menos abastadas, a eles, se assemelham em caráter.

Lembremos-nos, também, que somos apenas depositários dos bens materiais e dos dons que fomos agraciados pelo Criador e, certamente, um dia teremos que prestar contas do uso que deles fizemos.

Assim, não devemos, tão somente, manifestar nossa indignação, mas, também, meditar sobre as mazelas morais que assolam os seres humanos. Buscando detectar os erros passados, lembrando a nós e aos outros dos reais valores da vida e a felicidade não consiste em colecionar riquezas e, sim, em coisas simples, como curtir a família, os amigos, sentir o prazer da doação graciosa, desfrutar da beleza da lua, do sol das estrelas, das flores e dos cantos dos pássaros.

Fechemos e ensinemos aos nossos semelhantes a fechar os ouvidos aos insistentes apelos de consumo, em muito responsável pelas atitudes funestas dos seres humanos.

Ana Aparecida Ottoni

Ana Aparecida Ottoni
Enviado por Ana Aparecida Ottoni em 24/03/2008
Código do texto: T914388