EU AMO

Eu amo!

Eu amo num panteísmo meio pagão, amando Deus em tudo.

Por isso olhei para o céu de Tiberíades maravilhosamente azul

E bradei - Eu amo!

Galguei as montanhas de Jericó e silenciosamente gritei:

- Eu amo!

Andei por todas as ruínas de Israel e secretamente

Balbuciei - Eu amo!

No silêncio do Jardim de Arimatéia, com suas árvores

Centenárias, segredei ao seu odor verde – Eu amo!

Sob um sol escaldante junto ao Muro das Lamentações

Bradei – Eu amo!

Às águas claras e mansas do Mar da Galiléia confidenciei

- Eu amo!

Orando, chorando e me emocionando sobre as catacumbas

Milenares, repetia – Eu amo!

Venci o calor e a areia dos desertos místicos do Sinai e de

Saara repetindo silenciosamente - Eu amo!

No Hotel do deserto entre as montanhas confessei aos

Deuses, as flores e aos pássaros: - Eu amo!

Navegando pelo Rio Nilo e admirando as luzes da cidade

E as estrelas no céu mais uma vez repeti – Eu amo!

Mas você, o povo e os amigos surdos e indiferentes,

Não ouviram e nem entenderam

A eloqüência da minha confissão.

Ana Aparecida Ottoni

Ana Aparecida Ottoni
Enviado por Ana Aparecida Ottoni em 16/04/2008
Código do texto: T948221