EU AMO
Eu amo!
Eu amo num panteísmo meio pagão, amando Deus em tudo.
Por isso olhei para o céu de Tiberíades maravilhosamente azul
E bradei - Eu amo!
Galguei as montanhas de Jericó e silenciosamente gritei:
- Eu amo!
Andei por todas as ruínas de Israel e secretamente
Balbuciei - Eu amo!
No silêncio do Jardim de Arimatéia, com suas árvores
Centenárias, segredei ao seu odor verde – Eu amo!
Sob um sol escaldante junto ao Muro das Lamentações
Bradei – Eu amo!
Às águas claras e mansas do Mar da Galiléia confidenciei
- Eu amo!
Orando, chorando e me emocionando sobre as catacumbas
Milenares, repetia – Eu amo!
Venci o calor e a areia dos desertos místicos do Sinai e de
Saara repetindo silenciosamente - Eu amo!
No Hotel do deserto entre as montanhas confessei aos
Deuses, as flores e aos pássaros: - Eu amo!
Navegando pelo Rio Nilo e admirando as luzes da cidade
E as estrelas no céu mais uma vez repeti – Eu amo!
Mas você, o povo e os amigos surdos e indiferentes,
Não ouviram e nem entenderam
A eloqüência da minha confissão.
Ana Aparecida Ottoni