Minha demência

No caderno, reescrevia minha vida da forma que preferisse. Poderia idealizá-la, sem julgamentos, apreciá-la da forma que desejo. No fim, sem sombras de dúvidas, poderia depreciar-me, saborear cada gota do meu veneno. E é assim que há de ser, degustar o lirismo, agredir a realidade, destruir o limiar entre carne e espírito, andar a ermo na minha cabeça, gritar silenciosamente, sangrando a garganta de tamanho desespero. Logo, fechar os olhos, e morrer desse modo, à beira da folha, sob meu retardo. Na minha convulsão débil no desencontro de meu ser.

Johannn
Enviado por Johannn em 24/10/2023
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