A EDUCAÇÃO PELA PEDRA

A EDUCAÇÃO PELA PEDRA

TRABALHO
BATALHA
DEUS
VIDA
REFORMA
ESCOLA

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O TEXTO ACIMA É UM RESUMO ELABORADO PELO GRUPO DE PROFESSORES DA ESCOLA MUNICIPAL JOSÉ TAVARES CARNEIRO- FEIRA DE SANTANA-BAHIA- DISTRITO DE MARIA QUITÉRIA, APÓS UM MOMENTO DE REFLEXÃO EM 2005, INSPIRADO NO POEMA : A EDUCAÇÃO PELA PEDRA, DE JOÃO CABRAL DE MELO NETO. ELE QUE TÃO BEM POR MEIO DE SUA ESCRITA, ENSINA QUE A PEDRA ORIENTA AO HOMEM. UMA PEDRA, QUE AOS OLHOS NÃO TEM VIDA, QUE NADA FAZ, ATÉ PASSA DESPERCEBIDA, MAS, ESTA PEDRA NAS MÃOS DE UM HOMEM, GANHA A VIDA QUE A ELA SE DESTINA.¹
GOSTARIA DE SALIENTAR QUE FOI MUITO DIFÍCIL ESTE MOMENTO NA VIDA DE TODOS E TODAS QUE ACOMPANHARAM O PERÍODO DE REFORMA DA ESTRUTURA FÍSICA DA ESCOLA. FUNCIONANDO EM DOIS ANEXOS, PROFESSORES ESTRESSADOS ADOECERAM, ALGUNS ALUNOS E ALGUMAS ALUNAS, INICIARAM UM PROCESSO DE DEVOLUTIVA DE ACORDO COM O QUE A EDUCAÇÃO ESCOLARIZADA , VIA PODER PÚBLICO , ESTAVA FAZENCO COM CADA ESTUDANTE, SUBMETENDO TODOS OS DIAS COM REQUINTE DE FRIEZA DA PEDRA, A UM ESPAÇO SEM CONDIÇÃO DE USO, DE APRENDIZAGEM, SURGE NO CENÁRIO, A VIOLÊNCIA CONTRA O CURRÍCULO DITO OCULTO, MAS NAQUELE INSTANTE , ERA BEM CONCRETO E TODOS OS OLHOS PODIAM VISUALIZAR O DESCASO DA REDE MUNICIPAL, O QUE RESULTOU EM POUCA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA.
AINDA ASSIM, EM MEIO A TODO CAOS, ELABORAMOS A PRIMEIRA OFICINA DE POESIA NA ESCOLA, UMA INICIATIVA DO ROTERY CLUBE NOVO HORIZONTE EM UMA DITA PARCERIA COM A SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO. FIZEMOS DA PEDRA, SER INANIMADO, UMA OBRA POÉTICA, NAQUELE LUGAR, TÃO FRIO, TÃO DURO, TÃO SOFRIDO. E O MAIS INESPERADO, A NOSSA ESCOLA FOI CONTEMPLADA COM MUITAS PREMIAÇÕES.O QUE NOS MOSTRA QUE MESMO VIVENDO DIFICULADES É POSSÍVEL FAZER ALGO DIFERENTE, ALGO QUE ANIME, QUE NOS TORNE MELHORES. ALUNOS E ALUNAS, DEBRUÇARAM O OLHAR AO SEU LUGAR DE MORADIA, FALARAM DE SI NUM ESPAÇO DO CAMPO, AOS SEUS PROFESSORES E PROFESSORAS, CONTARAM EM SUAS NARRATIVAS A DOR E A ALEGRIA DE MORAR NUM LUGAR QUE TAMBÉM PEDRA, MAS TEM VIDA, TEM CUMPLICIDADE ENTRE OS SEUS PARES, PARENTES E AMIGOS. SENSIBILIZARAM A TODOS E TODAS QUE PUDERAM SENTIR E ESCUTAR A PRÓPRIA VOZ POR MEIO DE ADOLESCENTES FANTASTICAMENTE EDIFICADOS NUM PEDRA CHAMADO DISTRITO DE MARIA QUITÉRIA.
ENTRETANTO , VALE SALIENTAR, QUE A POESIA É LEITURA DE ALMA, E NÃO TEM PRÊMIO QUE POSSA PAGAR A PRÓPRIA ESSÊNCIA HUMANA. ASSIM COMO, PESSOAS SÃO VIDAS, E NADA JUSTIFICA A SUBMISSÃO POR OPRESSÃO, POR UMA REFORMA QUE NÃO RESTAURA ALMAS HUMANAS, QUE NÃO OFERECE COMPROMISSO, CREDIBILIDADE, POSTURA POLÍTICA PAUTADA NA ÉTICA E MORAL.

AS CONSIDERAÇÕES SOBRE O POEMA QUE FOI ANALISADO POR PROFESSORES, DURANTE A ELABORAÇÃO DAS OFICINAS, CORROBOROU COM O VIÉS DE UMA EDUCAÇÃO CENTRADA NÃO MAIS NUM SONHO IRREAL, MAS NO REALISMO, FRENTE A NOSSA DESESPERANÇA EM MEIO AO DESCASO PELO PODER PÚBLICO, POIS A REFORMA DO PRÉDIO DA ESCOLA, TROUXE PARA AS NOSSAS VIDAS MUITAS MARCAS, MUITOS SOFRIMENTOS.QUANDO PODERIA TER SIDO DIFERENTE, SE EXISTISSE O COMPROMISSO COM A PROPOSTA DE TEMPO E DISPONIBILIDADE DE UM ESPAÇO MAIS PRAZEROSO PARA MINISTRAR AS AULAS .

A educação pela pedra

Uma educação pela pedra: por lições;
para aprender da pedra, freqüentá-la;
captar sua voz inenfática, impessoal
(pela dedicção ela começa as aulas).
A lição de moral, sua resistência fria
ao que flui e a fluir, a ser maleada;
a de poética, sua carnadura concreta;
a de economia, seu adensar-se compacta:
lições da pedra (de fora para dentro,
cartilha muda), para quem soletrá-la.

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Outra educação pela pedra: no Sertão
(de dentro para fora, e pré-didática).
No Sertão a pedra não sabe lecionar,
e se lecionasse, não ensinaria nada;
lá não se aprende a pedra: lá a pedra,
uma pedra de nascença, entranha a alma.

Poemas : A educação pela Pedra

O nome “A educação pela Pedra” além de ser o título do livro e o do último poema que compõe a obra. Nesta, ele descreve a pedra como um objeto que ensina o homem, que em um primeiro momento não apresenta nenhuma qualidade, não faz nada além de ser fria e dura, e que no final pode fazer muito por ele. Nos poemas da obra a subjetividade dá lugar à objetividade. Um dos assuntos que mais aparecem em seus textos é a própria construção poética.

No poema que dá nome ao livro, logo na primeira estrofe ele relaciona a escrita com a pedra que é a ausência da condensação, ênfase e concretude da pedra. Na segunda estrofe a pedra é movida para o sertão, para a alma do sertanejo, e se mantém pétrea, mostrando que seus versos não irão expor seus sentimentos mais íntimos, apenas a objetividade. Ou seja, nos poemas de “A educação pela Pedra”, João Cabral a temática é buscar a aventura intelectual, e nunca temas universais como a busca do coração do homem.
Fonte: http://www.coladaweb.com/resumos/a-educacao-pela-pedra-joao-cabral-de-melo-neto

Linguagem seca, precisa, concisa, desprezo pelo sentimentalismo. A arte não é intuitiva - é calculada, nua e crua.

Há em Cabral uma verdadeira "didática da pedra", como processo teórico e prático da preensão da realidade. Essa "educação" consiste num processo de imitação de objetos, pelo qual é possível tratar da realidade através do poema, isto é, através de uma forma, de uma linguagem que para sua estruturação não despreza, antes acentua, a existência do objeto, segundo João Alexandre Barbosa.

A pedra nos remete à aridez humana e geográfica do Nordeste e é símbolo constante na obra do autor, fazendo confluir a temática social (linguagem-objeto) com a reflexão sobre o fazer poético no próprio texto artístico (metalinguagem).

¹- Aqui a pedra ensina ao homem. A pedra, um objeto inanimado, duro, frio, que à princípio não tem nenhuma qualidade, não demonstra nada, não faz nada, é passada despercebida, ganha em João Cabral essa poesia fantástica. O poeta detestava música, comparava a poesia a um cálculo matemático, relegava a emoção a segundo plano para chegar à perfeição da construção do poema, calcado na colocação das palavras precisas e fundamentais para cada espaço do papel, nada a mais, nada a menos, só a precisão, o contido, o visual.

Fonte: http://www.passeiweb.com/estudos/livros/a_educacao_pela_pedra