O PT DE LULA E PALOCCI... (* 2)
SERVIÇO DE UTILIDADE PÚBLICA DE ESCLARECIMENTO A NAÇÃO BRASILEIRA
Consultoria e vantagens indevidas
Palocci revela como usou sua empresa Projeto Consultoria para
receber pagamento de propina de empresas por favores prestados
a elas quando era ministro da Fazenda (2003 a 2006), deputado
federal (2007 a 2010), ministro da Casa Civil (2011) ou
simplesmente consultor com influência no governo. Menciona
repasses feitos por dez pessoas ou empresas que são detalhados
nos demais anexos, como um contrato de 1,5 milhão de reais com o
também ex-ministro e advogado Márcio Thomaz Bastos para ajudar
a anular a Operação Castelo de Areia no STJ, em 2011.
Lula
O ex-ministro relata que Lula recebia altas cifras de propina através
da empresa de palestras LILS e do Instituto Lula — e que ele, além
disso, operava uma espécie de mesada em espécie de até 100 mil
reais a Lula, com dinheiro repassado pela Odebrecht e pelo Banco
Safra. Os pagamentos eram feitos pessoalmente ao ex-presidente
ou por Branislav Kontic, assessor do ex-ministro. Palocci também
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lista as vantagens indevidas que Lula teria recebido da Odebrecht e
da OAS por meio do triplex no Guarujá, da reforma do sítio de
Atibaia, da aquisição da sede do Instituto Lula em São Paulo e de
um apartamento em São Bernardo. Menciona a conta de 300
milhões de reais que a Odebrecht teria disponibilizado ao expresidente, cita doação de dinheiro de empresas para financiar o
filme biográfico do petista e narra um repasse de 1 milhão de
dólares feito pelo ex-ditador líbio Muammar Kadhafi à campanha de
Lula em 2002, em uma operação cujos detalhes foram revelados
por Crusoé no ano passado. O dinheiro, diz, foi depositado em uma
conta do marqueteiro Duda Mendonça na Suíça.
Dilma e Ambev
Palocci diz que a gigante Ambev, por meio de dois executivos, o
contratou para que ele atuasse junto ao governo para impedir ou
atrasar o aumento do PIS/Cofins que incide sobre bebidas
alcoólicas. Ele conta ter ajudado a empresa em três ocasiões —
2010, 2013 e 2014 — e que recebeu vantagens indevidas do grupo
por intermédio de um contrato de consultoria. Segundo Palocci,
Lula recebeu 350 mil reais por meio de um depósito na conta de sua
empresa de palestras. Em 2014, a Ambev ainda teria doado 7,5
milhões de reais para a campanha de Dilma.
Castelo de Areia
Antonio Palocci afirma que em um encontro realizado na residência
oficial de Dilma Rousseff, o ex-ministro e advogado Márcio Thomaz
Bastos disse que a Camargo Corrêa iria doar 50 milhões de reais
para a campanha presidencial da petista em 2010 em troca de uma
ajuda do governo para “derrubar” a Operação Castelo de Areia no
Superior Tribunal de Justiça. A ajuda do governo seria fomentar a
indicação do então presidente do STJ, Cesar Asfor Rocha, para uma
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vaga no STF. A operação foi anulada em abril de 2011, mas como a
indicação de Rocha ao Supremo acabou não se concretizando, a
Camargo Corrêa teria pago 5 milhões de reais ao ministro. Pelo
serviço prestado, Palocci recebeu 1,5 milhão de reais por meio de
sua empresa de consultoria.
Casino versus Abílio Diniz
O delator afirma que recebeu uma oferta de propina de um
intermediário de Abílio Diniz para conseguir a liberação de um
empréstimo do BNDES que permitisse ao Grupo Pão de Açúcar
comprar o Carrefour e impedir que o grupo Casino assumisse o
controle acionário da empresa criada por Abílio Diniz. Palocci diz
que depois descobriu que o também ex-ministro José Dirceu estava
atuando em defesa do Casino para “melar” o plano do fundador do
Pão de Açúcar. Segundo Palocci, Jean-Charles Naouri, presidente
do Casino, teria oferecido 30 milhões de euros a Lula e que o expresidente, depois, pediu que ele parasse de ajudar Abílio Diniz.
Com a interferência de Lula, o BNDES não emprestou dinheiro ao
Pão de Açúcar, segundo Palocci. Os repasses seriam feitos pelo
Banco Safra. Segundo a delação, Safra repassou 2 milhões de reais
para a campanha do ex-prefeito Fernando Haddad, em 2012, 10
milhões de reais para a campanha de Dilma, em 2014, e ainda fez
repasses ao Instituto Lula.
Safra, Aracruz, PT e Palocci
Palocci relata que foi procurado em 2008 por Joseph Safra, dono
do Banco Safra, dizendo que tinha recebido uma oferta superior a 3
bilhões de reais para vender sua participação na empresa Aracruz
ao Grupo Votorantim. Apesar de Palocci ter estimulado o negócio,
Safra não quis vender o ativo naquele momento. Mais tarde, por
causa da crise financeira internacional de 2008, a empresa Aracruz
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teve prejuízo de bilhões de reais e Safra pediu ajuda de Palocci, que
conseguiu um empréstimo de 2,4 bilhões do BNDES para o
Votorantim comprar a parte de Safra na Aracruz. Em contrapartida,
Safra fez doações de 2,5 milhões de reais ao PT em 2010 e de 5
milhões de reais em 2014, além de repasses ao Instituto Lula.
Votorantim e Aracruz também doaram, juntas, 11,8 milhões ao
partido.
PDG Realty
Palocci conta que recebeu 480 mil reais da PDG Realty para atuar
junto ao BNDESPAR, a fim de que o banco fizesse um aporte de 155
milhões de reais na empresa que o contratou em 2009, por meio da
aquisição de debêntures conversíveis. Ele disse que ligou para o
então presidente do BNDES, Luciano Coutinho, fazendo o pedido da
PDG, que foi aceito pelo dirigente da instituição pública.
Camargo Corrêa e Petros
O delator descreve que o executivo Luiz Nascimento, da Camargo
Corrêa, repassou 28 milhões de reais ao PT, ao também ex-ministro
Luiz Gushiken e a Lula, via instituto, empresa de palestras e em uma
conta no exterior aberta pela JBS, para que a Petros, o Fundo de
Pensão dos Funcionários da Petrobras, comprasse a participação
de 5% da empreiteira do Itaú S/A. Segundo Palocci, o negócio foi
efetivado em novembro de 2010, por mais de 1,6 bilhão de reais.
André Esteves
O ex-ministro narra uma série de pagamentos ilícitos do banqueiro
fundador do BTG Pactual em troca de informações privilegiadas do
Banco Central que permitissem sua empresa lucrar com operações
no mercado. Segundo Palocci, o ex-ministro Guido Mantega
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antecipava a Esteves as decisões do Copom sobre a taxa básica de
juros. Em troca, Esteves teria doado 9,5 milhões de reais para a
campanha à reeleição de Dilma, em 2014, e repassado a Lula 10%
dos lucros obtidos por um fundo beneficiado com as informações
privilegiadas.