CADA UM NO SEU QUADRADO: A ATIVIDADE DE ASSESSORIA DE IMPRENSA

CADA UM NO SEU QUADRADO: A ATIVIDADE DE ASSESSORIA DE IMPRENSA

Por Ulisflávio Evangelista

INTRODUÇÃO

O presente artigo apresenta e discute as principais funções desenvolvidas pelas Assessorias de Comunicação Social e também pelas Assessorias de Imprensa. Enquanto método, o artigo por analogia pode ser entendido e compreendido sob três óticas:

a. Relações Públicas: Tem como objetivo a resolução do conflito entre os profissionais de comunicação envolvidos nessa prática

b. Publicidade: Tem como objetivo divulgar exaustivamente as idéias aqui traçadas em todo e qualquer veículo midiático

c. Jornalismo: Apresenta informações relevantes, objetivas e, principalmente, verídicas sobre a função do Assessor de Imprensa e do Assessor de Comunicação.

DESENVOLVIMENTO

Falar de Assessoria de Imprensa (AI) sem falar de rivalidade entre os profissionais de comunicação não é uma tarefa muito fácil. A distinção entre as atividades embora fique muito clara e objetiva em alguns manuais – em especial, na obra intitulada “Assessoria de Imprensa: teoria e prática”, de autoria de Elisa Kopplin e Luiz Artur Ferraretto – não é tão clara assim na execução prática dessas atividades. Diversos fatores colaboram com isso, mas um em especial, merece destaque: A diminuição de custos.

Num contexto cada vez mais globalizado e interativo, vários são os setores ou pessoas que necessitam da atividade de um assessor. Nessas condições, aumenta-se a demanda, de serviços especializados de um assessor de comunicação e, por conseqüência, de profissionais que disputam espaço nessa atividade, com isso, emprega-se a regra: custo/benefício. O resultado desse embate se traduz em acúmulos de funções com o intuito lógico da diminuição de gastos e aumento dos lucros. Com isso, destaca-se o profissional “multifacetado”, aquele profissional capaz de atuar “tanto na linha” como também “no gol”, ou melhor, que saiba criar peças publicitárias e de propaganda, que saiba planejar e executar programas de integração interna e externa e que também saiba administrar todas as informações jornalísticas... Esse é o cenário atualmente, pouquíssimos profissionais, inúmeras atividades e diversas funções.

Antes de um parecer definitivo sobre quem faz o quê, é fundamental descrever – inclusive para facilitar o entendimento do leitor – as atividades inerentes a cada profissional dentro de uma estrutura maior, conhecido como “Assessoria de Comunicação Social (ACS)”, segundo Kopplin e Ferraretto (2001).

Para Kopplin e Ferraretto (2001, 11), a Assessoria de Comunicação Social (ACS) “presta um serviço especializado, coordenando atividades de comunicação de um assessorado com seus públicos e estabelecendo políticas e estratégias que englobam iniciativas nas áreas de Jornalismo, Relações Públicas e Publicidade e Propaganda”. Essa conceituação, portanto, parte do pressuposto de uma estrutura organizada e distribuída em atividades e funções. E mais, inserido aí, estão pelo menos três tipos de profissionais: Jornalistas, Relações Públicas e Publicitários, cada um exercendo sua respectiva atividade, ou seja, cada um no seu quadrado...

Rivaldo Chinen, autor da obra “Assessoria de Imprensa: como fazer”, afirma que o “profissional de Assessoria de Imprensa estabelece estratégias que englobam iniciativas nas áreas de Jornalismo, Relações Públicas e Publicidade e Propaganda, sem que haja alguém de determinada área no comando [...]”. Nessa passagem parece haver –

para Rivaldo Chinen – um entendimento mimético entre os termos “Assessoria de Comunicação Social” e “Assessoria de Imprensa”, o que dificulta um pouco mais o entendimento das respectivas funções e profissionais.

Com o intuito de cessar conflitos e dúvidas, utilizo como parâmetro e entendimento, a distinção entre os termos “Assessoria de Comunicação Social” e “Assessoria de Imprensa”. O primeiro refere-se a um conjunto de atividades de comunicação prestada a um assessorado (envolvendo, obrigatoriamente, profissionais de jornalismo, relações públicas e de publicidade e propaganda) e o segundo, refere-se, exclusivamente, a atividade executada por um único profissional: o jornalista.

Percebemos, portanto, uma organização maior, centralizadora que abarca todas as atividades de comunicação, sem distinção dos profissionais que a realizaram. De maneira segmentada, as atividades são assim desenvolvidas:

a) O trabalho de Relações Públicas pode ser definido, segundo a Associação Brasileira de Relações Públicas como “um esforço deliberado, planificado, coeso e contínuo da alta administração para estabelecer e manter uma compreensão mútua entre uma organização pública ou privada e todos os grupos aos quais estão ligados direta ou indiretamente”. Portanto, esse profissional vai se preocupar pela criação, planejamento e execução de programas de interação interna e externa. Cabe a ele também a tarefa de realizar pesquisas para conhecer opiniões, hábitos e atitudes de públicos.

b) A atividade da Publicidade e Propaganda busca de forma direta, o consumo dos produtos ou serviços oferecidos pela instituição por meio da criação e execução de peças publicitárias de propaganda, escolhendo com cuidado, os veículos mais adequados para sua difusão.

c) No campo jornalístico (assessoria de imprensa), o trabalho compreende uma grande administradora de informações, na elaboração de boletins, jornais, revistas e qualquer outra peça jornalística (informativa).

Desta forma, pode-se responder com um “sim” que a atividade de Assessoria de Imprensa é de fato um trabalho exclusivo e direcionado ao jornalista, uma vez que a atividade lida diretamente com a informação.

CONCLUSÃO

Apesar de se tratar de um tema extremamente delicado e polêmico, é preciso encerrar a polêmica sobre “o quem faz o quê” dentro de uma estrutura de Assessoria de Comunicação. Isso não significa, obrigatoriamente, o fim das discussões sobre a pauta “Assessoria de Comunicação ou Assessoria de Imprensa”, mas sim, ajustar e definir as atividades respectivas de cada profissional de comunicação.