Técnicas de Produção Fotográfica

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO FOTOGRÁFICA

Técnica diz respeito a elementos que norteiam a adequação de equipamento e linguagem a uma produção fotográfica específica. Por exemplo, ajustar a fotometria da câmera fotográfica a uma determinada situação fotográfica. Podemos considerar também, a utilização de um determinado plano fotográfico ou um determinado ângulo fotográfico.

Antes de falar sobre os ajustes no equipamento fotográfico, falaremos mais sobre o próprio equipamento, ou seja, a câmera fotográfica. De início, podemos dividi-la ou classificá-la em: câmeras compactas, câmeras de pequeno formato, médio formato e grande formato, além das câmeras digitais.

As câmeras compactas são destinadas a um público mais massivo que quer apenas obter retratos. Suas funções geralmente são automáticas não requer ou depende de ajustes manuais feitos pelo fotógrafo. Normalmente possuem o erro de paralaxe, ou seja, há uma diferença entre o que é enxergado pelo fotógrafo pelo visor daquilo que a objetiva “enxerga”, possibilitando erro na composição fotográfica.

As câmeras de pequeno formato são as de 35 mm (SLR), bastante comuns, destinados ao público amador (porém que conheça e saiba realizar ajustes manuais de controle de luz), e por fotógrafos que necessitam de velocidade na realização de seus trabalhos. São câmeras que permitem a troca de objetivas, ou seja, lentes intercambiáveis. É o padrão no fotojornalismo atualmente, pois permite a qualidade técnica e estética e agilidade em sua produção.

As câmeras de médio formato geram fotogramas de tamanhos variados, porém bem maiores que as 35 mm. Tais câmeras permitem aos profissionais uma ampliação mais ampla do que aquela produzida pela câmera 35 mm.

As câmeras de grande formato são câmeras que usam filmes planos (chapas) do tipo 4 x 5 polegadas. Ela comumente é conhecida como câmera 4 x 5. Elas são mais volumosas e pesadas, ou seja, de difícil manuseio. Permitem grandes ampliações, muito usada no campo publicitário.

Com o formato digital existe uma ruptura no processo fotográfico, visto a exclusão, inicialmente do filme fotográfico que é substituído por placas de CCD e, também, dos processos de revelação do filme e ampliação do negativo, ou seja, de todo o processo em laboratório. Há longas discussões sobre a dualidade entre o formato analógico e digital. Seja em relação à qualidade de imagem, a velocidade do processo de produção e veiculação da foto e até, sob o olhar semiótico da representatividade. No entanto, o que se pode afirmar é que o processo digital se popularizou muito, incluindo a própria popularização da fotografia por simplificar e facilitar o clique.

Após conhecermos sobre os tipos de câmeras fotográficas, vamos compreender agora os elementos de constituição da câmera e o seu funcionamento. Grosso modo a câmera é dividida em: objetiva (lente), o obturador, o diafragma, o ISO e o visor da câmera.

A objetiva é um conjunto de lentes que convergem para o filme ou placa de CCD para formar uma imagem. A objetiva projeta para dentro da câmera a imagem que será sensibilidade pelo filme ou placa de CCD. O obturador é o mecanismo que controla o tempo de exposição da luz incidindo sobre o filme ou placa de CCD. O diafragma é um conjunto mecânico que controla a quantidade de luz que passa pela objetiva e atinge o filme ou placa de CCD. Essa abertura pode ser maior ou menor. O ISO (também conhecida como ASA) indica o tipo ou classificação do filme ou o ajuste da placa de CCD para a sensibilidade a luz. E, por fim, temos o visor que corresponde à área de enquadramento da cena fotográfica.

O fotógrafo deve compreender a relação entre a câmera fotográfica e o seu principal produto, ou seja, a luz. Fotografia é luz. Para tanto, devemos realizar ajustes na forma como a câmera vai “enxergar” essa luz. Desta forma, três elementos estão diretamente ligados nesta atribuição: a) obturador; b) diafragma; c) ISO.

Sabemos que o obturador é responsável pelo tempo de exposição. No entanto cada variação de escala deste tempo implica em diferentes resultados fotográficos. Por exemplo, se optarmos por uma longa exposição (5``), qualquer assunto fotográfico que estiver em movimento ficará borrado, ou seja, existirá uma sobreposição dos movimentos deste assunto na foto. Quanto maior o tempo de exposição maior será a quantidade de luz no filme ou placa de CCD, ou seja, uma superexposição. Inversamente, se optarmos por uma baixa exposição (1/2000) teremos a sensação de “congelar” qualquer movimento do assunto fotográfico. Além é claro de uma subexposição, ou seja, como o tempo é curto teremos pouca luz sensibilizando o filme ou a placa de CCD.

O diafragma atua também controlando a luz que sensibiliza o filme ou placa de CCD. Além disso, o diafragma determina a profundidade de campo, ou seja, as áreas de foco ou nitidez na foto. O diafragma funciona por uma escala numérica simbolizada pelos números f. Quanto menor for o número f maior será a abertura do diafragma ocasionando assim em maior entrada de luz pela objetiva (lente). Além disso, o menor número f indica menor profundidade de campo. Quanto maior o número f menor será a abertura, por conseqüência, menos luz entrará pela lente. E com isso, maior será a profundidade de campo.

O ISO diz respeito ao nível de sensibilidade do filme fotográfico ou da placa de CCD a luz. Além disso, o ISO responde pela granulação na foto. Para facilitar a compreensão podemos afirmar que:

a) quanto menor o ISO maior será sua qualidade enquanto granulação (nitidez para ampliação). Ao utilizar o ISO baixo devemos lembrar que o ambiente ou a situação fotográfica deverá ser suficientemente iluminado;

b) quanto maior o ISO menor será sua qualidade enquanto granulação (nitidez para ampliação). Ao utilizar o ISO alto o ambiente deverá estar com luz insuficiente para as fotos, por isso necessita de um ISO mais sensível, lembrando que acarretará em ruídos na granulação da foto.

As objetivas são sistemas ópticos. Trata-se da lente montada na frente da câmera. As objetivas são responsáveis pela: distância focal, ângulo de cobertura e luminosidade. E são divididas em cinco grupos: a) objetiva normal; b) teleobjetiva; c) objetiva grande-angular; d) objetiva macro; e) objetiva zoom – que se adaptam a diferentes tipos ou situações fotográficas.

A objetiva normal se assemelha muito a visão humana, por isso o nome. Tem uma distância aproximada de 50 mm. É indicada para fotografia de grandes temas, trata-se de uma lente de entrada.

As teleobjetivas são lentes usadas para fotografia de assuntos a longas distâncias. Ideal para fotografia de rostos, pois mantém o primeiro plano focado e o segundo desfocado.

A objetiva grande-angular tem a incrível capacidade de “enxergar” em até 180 graus, trata-se do tipo “olho de peixe”. O resultado é uma imagem levemente distorcida, com as bordas arredondadas. É ideal para fotografar interiores estreitos passando a sensação de amplitidão, por exemplo, o interior de um carro.

A objetiva macro são projetadas para obtenção de imagens com maiores ampliação. Permite a focalização de objetos muito próximos. Ideal para fotografia de detalhes, por exemplo, fotografia de jóias.

Por fim tempos a objetiva zoom que se trata de uma lente com foco variável, com capacidade focal diversificada. Permite ao fotógrafo realizar diversos trabalhos com um único equipamento.

São inúmeras as técnicas de produção fotográfica disponíveis ao fotógrafo. Cada situação requer ou permite ao fotógrafo tal escolha. Desde a escolha do equipamento, da lente objetiva, do tempo de exposição e do momento exato do clique. O fotógrafo deve ficar atento ao que ele tem disponível e saber fazer rapidamente e com qualidade uma leitura da situação para definir com êxito suas escolhas.

Ulisflávio Evangelista
Enviado por Ulisflávio Evangelista em 15/07/2012
Código do texto: T3779529
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