RELATO DE QUATRO MESES DE EXPERIÊNCIA COMO PROFESSORA FORMADORA NA ÁREA DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL NO CEFAPRO DE TANGARÁ DA SERRA EM MATO GROSSO.

RELATO DE QUATRO MESES DE EXPERIÊNCIA COMO PROFESSORA FORMADORA NA ÁREA DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL NO CEFAPRO DE TANGARÁ DA SERRA EM MATO GROSSO.

Professora Formadora Antônia Ustulin

Área de Tecnologia Educacional

Resumo

Este artigo relata de forma reflexiva a experiência de quatro meses de trabalho como professora formadora no Centro de Formação e atualização de professores-CEFAPRO, no município pólo de Tangará da Serra em Mato Grosso. Inicia-se relatando o momento em que passou a se interessar pelas tão conhecidas Novas Tecnologias da Informação e comunicação (NTICs), Num resgate histórico da experiência brasileira conta como ocorreu a inserção do computador na educação no Brasil da universidade ao ensino médio e fundamental, do qual os cursos do ProInfo Integrado tem sido de fundamental importância para os profissionais da educação principalmente para os professores e coordenadores escolares que vem demonstrando uma postura didática diferente da que culturalmente estão acostumados, pois o computador, a Internet e as demais mídias digitais passaram a fazer parte de suas práticas pedagógicas do planejamento às salas de aulas incluindo até os momentos de avaliações. Tudo isto apesar das dificuldades que enfrentam no cotidiano escolar em relação às novas tecnologias.

Palavras Chaves: educação, tecnologia, práticas pedagógicas.

Introdução

As transformações rápidas e profundas decorrentes dessas descobertas refletem-se nos mais variados setores, destacando-se os avanços tecnológicos, a transformação dos paradigmas econômicos e produtivos e, em especial, as mudanças relacionadas à Educação, (RIVEIRO; GALLO, 2004, p. 145).

O interesse pela tecnologia na educação surgiu quando ainda estava cursando o curso Licenciatura Plena em Sociologia pela Universidade Federal de Mato Grosso-UFMT, em parceria com a Secretaria de Estado de Educação do Estado de Mato Grosso, através da disciplina Nova Tecnologias no primeiro semestre do ano de 2006. Foi tão apaixonante esta disciplina que decidi fazer a monografia pesquisando o tema: Inclusão Digital dos Professores Efetivos da Rede Pública Estadual do Município de Barra do Bugres-MT, em 2006.

Nas escolas que os professores entrevistados trabalhavam, contava com apenas um computador que era de uso coletivo. E ainda havia muitos professores que não tinham acesso ao computador na própria escola onde trabalhava. Independentemente disso, em 2006 as maiorias dos professores entrevistados já utilizavam a Internet. Na falta da formação por parte do Estado, a maioria dos entrevistados admitiu pagar cursos de informática básica para aprender a lidar com o computador e, apesar de não necessitarem do auxílio de um técnico da área, eles não se consideraram incluídos na Era Digital, por considerar, principalmente, que ainda precisavam aprender a manusear a máquina.

Diante desta constatação, vale lembrar como ocorreu o início da experiência brasileira em relação à inserção da Informática na Educação brasileira.

O início da experiência brasileira.

De acordo com Oliveira (2002), diversas discussões ocorreram até a aprovação da Lei nº. 7.232, de 1984, pelo Congresso Nacional. Essas discussões não se agregaram apenas aos parlamentares; várias entidades como Federação nacional dos Engenheiros, UNE, Conselho de Segurança Nacional, entre outros, também participaram das discussões com o intuito de contribuir na criação de uma política nacional para o setor,

Nesse sentido um ponto importante foi à participação das universidades que se apresentaram como as principais formadoras de recursos humanos.

...necessitava-se não só aumentar a oferta quantitativa de pessoal especializado, como também formar os recursos humanos altamente capacitados para o sistema de ciência e tecnologia (Piragibe, apud, Oliveira 2002, p. 27).

Diante dessa problemática não só o ensino superior, mas também o ensino fundamental e médio contribuíram de modo definitivo para a formação de recursos humanos que garantisse o lugar do Brasil como um País capaz de desenvolver e utilizar a principal tecnologia produzida no século XX.

Portanto, para este autor, o setor da educação foi escolhido como um dos prioritários para a garantia da Política Nacional de Informática, e a partir daí surge uma nova história na educação brasileira, caracterizada pelas ações do governo Federal visando levar computadores às escolas de educação básica, constituindo assim, a política brasileira de Informática Educativa mais tarde denominada Tecnologia Educacional - TE.

Dentro deste contexto da importância da TE e sob o pensamento de que o computador poderia vir a contribuir no processo de ensino, foi desenvolvida no Brasil, a Política de Informática Educativa (PIE), iniciada na década de 1980, que buscou desenvolver mecanismos para inserir o computador no processo de ensino-aprendizagem (OLIVEIRA, 1996).

Num resgate histórico do movimento de uma política de informática educativa no Brasil, Oliveria (1996) considera que, nos primeiros anos, a PIE contou com os centros-pilotos instalados em cinco universidades públicas (UFPE, UFRGS, UFMG, UFRJ E UNICAMP), responsáveis até então pelas pesquisas e pela formação de recursos humanos para o trabalho com informática educativa.

Para Oliveira, 1987, o Ministério da Educação buscou articular-se com as secretarias municipais e estaduais de educação, além de criar o projeto EDUCOM (Educação com computadores), caracterizando uma nova dinâmica para a PIE. A relação entre os governos federal, estaduais e municipais proporcionou a criação dos Centros de Informática Educativa (CIED) que foram responsáveis, nos seus respectivos estados e municípios, pela inserção do computador no ensino.

Oliveira (1996) comenta que, em fevereiro de 1986, foi criado, no âmbito do MEC, o comitê Assessor de Informática para a Educação de 1º e 2º graus, sobre a utilização de computadores na Educação Básica.

O Projeto EDUCOM, segundo esse autor, representou a primeira ação oficial concreta de levar computadores às escolas brasileiras, com isso criou-se o Centro de Informática Educativa (Cenifor) com as principais finalidades:

- coordenar a capacitação e o repasse financeiro. (Projeto Educom);

- promover a integração dos Centros Pilotos;

- acompanhar as atividades desenvolvidas pelos centros pilotos.

Para se adequar à nova realidade, o MEC teve que definir como se daria o financiamento do Projeto Educom. Portanto, foram assinados convênios entre Financiadora de Estudos e Projetos do Estado de São Paulo (Finep); Fundação Centro Brasileiro de Televisão Educativa (Funtevê) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), cabendo a este último a alocação de bolsas para os pesquisadores envolvidos no Projeto Educom.

Em 1997 surge no panorama da educação o Programa Nacional de Informática da Educação (ProInfo), é um programa criado pela Portaria Nº. 522/MEC, de 9 de abril de 1997, para promover o pedagógico da informática na rede pública de ensino fundamental e médio. O Programa é desenvolvido pela Secretaria de Educação a Distância (SEED) por meio do Departamento de Infra estrutura Tecnológica (DITEC), em pareceria com as Secretaria de Educação Estadual e Municipal. O Programa funciona de forma descentralizada. Sua coordenação é de responsabilidade federal e a operacionalização é conduzida pelos Estados e Municípios.

Em 2009, aproximadamente 1.200 profissionais da educação básica que fazem parte dos municípios pólos do CEFAPRO (Centro de formação e atualização dos profissionais da educação básica) de Tangará da Serra participaram dos cursos do Proinfo Integrado sendo cerca de 800 profissionais da educação entre professores, funcionários, técnicos administrativos e apoio, participaram do curso Introdução à Inclusão Digital-LINUX e 400 entre professores e coordenadores participaram do curso Tecnologia na Educação: ensinando e aprendendo com as TICs, no curto período de agosto à dezembro de 2009.

O ProInfo tem como objetivo a preparação de recursos humanos, de modo especial professores. Adota o princípio “professor capacitando professor no uso da telemática em sala de aula. Inicialmente os professores envolvidos com as ações do ProInfo eram professores da rede pública de ensino, voluntários, selecionados nos projetos estaduais, hoje muitos professores recebem bolsas para administrar os cursos via Internet e presenciais. No CEFAPRO de Tangará da Serra, foram contratados 23 multiplicadores bolsistas que atuaram como mediadores na aplicação de ambos os cursos.

O papel do Professor Formador do CEFAPRO na área de tecnologia na educação é coordenadar os cursos do ProInfo Integrado, capacitar os multiplicadores, orientar e acompanhar a trajetória dos cursos através de contatos diretos e indiretos com os multiplicadores e cursistas, além de ser também administrador de turma, como também dar formação aos professores das escolas municipais e estaduais provocando reflexões, incentivo quanto ao uso do computador, Internet e mídias, como uma ferramenta pedagógica através do projetos Sala do Professor promovido pela Secretaria Estadual de Educação e CEFAPROS.

Durante as visitas nos municípios do pólo do CEFAFPRO aos bolsistas com a finalidade de acompanhar ou orientar, a maior dificuldade encontrada foi devido a triplica jornada de trabalho desses profissionais, geralmente os encontros acorriam a noite ou nos intervalos das horas vagas e teriam que ser repetidos várias vezes devido a interrupção do tempo, pois os professores precisavam voltar para as suas salas de aulas. Porém o fato dos multiplicadores serem professores atuantes nas escolas é um fator positivo devido à postura didática e possuírem conhecimento metodológico para o ensino e aprendizagem, isso facilitou o aprendizado dos cursistas e ao mesmo tempo instigou as discussões em torno dos conteúdos dos cursos e da realização das atividades.

De acordo com Oliveira (2002), os cursos possuem carga horária média de 120 horas, são realizados nas dependências dos Núcleos de Tecnologias Educacionais (NTEs), em Mato Grosso temos além dos NTEs quinze CEFAPROs que atende na formação de professores.

O início da experiência brasileira.

De acordo com Oliveira (2002), diversas discussões ocorreram até a aprovação da Lei nº. 7.232, de 1984, pelo Congresso Nacional. Essas discussões não se agregaram apenas aos parlamentares; várias entidades como Federação nacional dos Engenheiros, UNE, Conselho de Segurança Nacional, entre outros, também participaram das discussões com o intuito de contribuir na criação de uma política nacional para o setor,

Nesse sentido um ponto importante foi à participação das universidades que se apresentaram como as principais formadoras de recursos humanos.

...necessitava-se não só aumentar a oferta quantitativa de pessoal especializado, como também formar os recursos humanos altamente capacitados para o sistema de ciência e tecnologia (Piragibe, apud, Oliveira 2002, p. 27).

Diante dessa problemática não só o ensino superior, mas também o ensino fundamental e médio contribuíram de modo definitivo para a formação de recursos humanos que garantisse o lugar do Brasil como um País capaz de desenvolver e utilizar a principal tecnologia produzida no século XX.

Portanto, para este autor, o setor da educação foi escolhido como um dos prioritários para a garantia da Política Nacional de Informática, e a partir daí surge uma nova história na educação brasileira, caracterizada pelas ações do governo Federal visando levar computadores às escolas de educação básica, constituindo assim, a política brasileira de Informática Educativa mais tarde denominada Tecnologia Educacional - TE.

Dentro deste contexto da importância da TE e sob o pensamento de que o computador poderia vir a contribuir no processo de ensino, foi desenvolvida no Brasil, a Política de Informática Educativa (PIE), iniciada na década de 1980, que buscou desenvolver mecanismos para inserir o computador no processo de ensino-aprendizagem (OLIVEIRA, 1996).

Num resgate histórico do movimento de uma política de informática educativa no Brasil, Oliveria (1996) considera que, nos primeiros anos, a PIE contou com os centros-pilotos instalados em cinco universidades públicas (UFPE, UFRGS, UFMG, UFRJ E UNICAMP), responsáveis até então pelas pesquisas e pela formação de recursos humanos para o trabalho com informática educativa.

Para Oliveira, 1987, o Ministério da Educação buscou articular-se com as secretarias municipais e estaduais de educação, além de criar o projeto EDUCOM (Educação com computadores), caracterizando uma nova dinâmica para a PIE. A relação entre os governos federal, estaduais e municipais proporcionou a criação dos Centros de Informática Educativa (CIED) que foram responsáveis, nos seus respectivos estados e municípios, pela inserção do computador no ensino.

Oliveira (1996) comenta que, em fevereiro de 1986, foi criado, no âmbito do MEC, o comitê Assessor de Informática para a Educação de 1º e 2º graus, sobre a utilização de computadores na Educação Básica.

O Projeto EDUCOM, segundo esse autor, representou a primeira ação oficial concreta de levar computadores às escolas brasileiras, com isso criou-se o Centro de Informática Educativa (Cenifor) com as principais finalidades:

- coordenar a capacitação e o repasse financeiro. (Projeto Educom);

- promover a integração dos Centros Pilotos;

- acompanhar as atividades desenvolvidas pelos centros pilotos.

Para se adequar à nova realidade, o MEC teve que definir como se daria o financiamento do Projeto Educom. Portanto, foram assinados convênios entre Financiadora de Estudos e Projetos do Estado de São Paulo (Finep); Fundação Centro Brasileiro de Televisão Educativa (Funtevê) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), cabendo a este último a alocação de bolsas para os pesquisadores envolvidos no Projeto Educom.

Em 1997 surge no panorama da educação o Programa Nacional de Informática da Educação (ProInfo), é um programa criado pela Portaria Nº. 522/MEC, de 9 de abril de 1997, para promover o pedagógico da informática na rede pública de ensino fundamental e médio. O Programa é desenvolvido pela Secretaria de Educação a Distância (SEED) por meio do Departamento de Infra estrutura Tecnológica (DITEC), em pareceria com as Secretaria de Educação Estadual e Municipal. O Programa funciona de forma descentralizada. Sua coordenação é de responsabilidade federal e a operacionalização é conduzida pelos Estados e Municípios.

Em 2009, aproximadamente 1.200 profissionais da educação básica que fazem parte dos municípios pólos do CEFAPRO (Centro de formação e atualização dos profissionais da educação básica) de Tangará da Serra participaram dos cursos do Proinfo Integrado sendo cerca de 800 profissionais da educação entre professores, funcionários, técnicos administrativos e apoio, participaram do curso Introdução à Inclusão Digital-LINUX e 400 entre professores e coordenadores participaram do curso Tecnologia na Educação: ensinando e aprendendo com as TICs, no curto período de agosto à dezembro de 2009.

O ProInfo tem como objetivo a preparação de recursos humanos, de modo especial professores. Adota o princípio “professor capacitando professor no uso da telemática em sala de aula. Inicialmente os professores envolvidos com as ações do ProInfo eram professores da rede pública de ensino, voluntários, selecionados nos projetos estaduais, hoje muitos professores recebem bolsas para administrar os cursos via Internet e presenciais. No CEFAPRO de Tangará da Serra, foram contratados 23 multiplicadores bolsistas que atuaram como mediadores na aplicação de ambos os cursos.

O papel do Professor Formador do CEFAPRO na área de tecnologia na educação é coordenadar os cursos do ProInfo Integrado, capacitar os multiplicadores, orientar e acompanhar a trajetória dos cursos através de contatos diretos e indiretos com os multiplicadores e cursistas, além de ser também administrador de turma, como também dar formação aos professores das escolas municipais e estaduais provocando reflexões, incentivo quanto ao uso do computador, Internet e mídias, como uma ferramenta pedagógica através do projetos Sala do Professor promovido pela Secretaria Estadual de Educação e CEFAPROS.

Durante as visitas nos municípios do pólo do CEFAFPRO aos bolsistas com a finalidade de acompanhar ou orientar, a maior dificuldade encontrada foi devido a triplica jornada de trabalho desses profissionais, geralmente os encontros acorriam a noite ou nos intervalos das horas vagas e teriam que ser repetidos várias vezes devido a interrupção do tempo, pois os professores precisavam voltar para as suas salas de aulas. Porém o fato dos multiplicadores serem professores atuantes nas escolas é um fator positivo devido à postura didática e possuírem conhecimento metodológico para o ensino e aprendizagem, isso facilitou o aprendizado dos cursistas e ao mesmo tempo instigou as discussões em torno dos conteúdos dos cursos e da realização das atividades.

De acordo com Oliveira (2002), os cursos possuem carga horária média de 120 horas, são realizados nas dependências dos Núcleos de Tecnologias Educacionais (NTEs), em Mato Grosso temos além dos NTEs quinze CEFAPROs que atende na formação de professores.

Análise e reflexão a cerca de quatro meses de experiência como professora formadora do CFAPRO de Tangará da Serra.

Com esta experiência como professora formadora no CEFAPRO de Tangará da Serra durante esses quatro meses, constatou-se que os LIEDs se apresentam timidamente no seio do ambiente escolar na maioria das escolas que visitei, apesar de ter passado mais de duas décadas em que governos tentam introduzir o computador nas escolas e autores lançam uma diversidade de teorias de como utilizá-lo como uma ferramenta pedagógica nas salas de aulas e nos laboratórios das escolas.

Desse modo, para Grinspun (1999) é fundamental não perder de vista que o papel primordial da tecnologia é servir o homem. Visto que, a educação tecnológica deve promover a integração entre a tecnologia e o humano, não no sentido de valorizar a educação/produção econômica, mas principalmente, visando à formação integral da pessoa.

Pensar então, no preparo do ser humano e neste caso, no preparo do professor para a convivência diária desenvolvendo a sua capacidade adaptativa, e também, criadora, parece ser o caminho mais adequado fundamentalmente porque professores e funcionários ainda vivem sob a imersão do medo, do receio de que a máquina é cara e frágil, por isso precisa ter muito cuidado e cautela ao apertar uma tecla senão pode estragar, queimar, apagar tudo, perder o trabalho feito assim por diante, bem ao contrário dos alunos que fazem e desfazem com tanta naturalidade.

No final de 2009, duas questões norteadoras foram fundamentais para a análise e reflexão desta experiência como professora formadora:

1- Quais contribuições o curso, trouxe para a sua prática pedagógica em sala

de aula?

2- Durante o curso desenvolveu com os alunos alguma aula no Laboratório de Informática como realização de uma atividade ou mesmo idealizada a partir da sua participação no curso?

As questões foram propostas para 120 professores que haviam concluído o curso.

A maioria das respostas da primeira questão foi:

- Novo conhecimento e aprendizado;

-contribuiu para a realização do planejamento das aulas;

-valorização do trabalho em grupo.

- entendeu que a tecnologia na educação é uma necessidade;

-ajudou a terem mais segurança quanto ao manuseio da máquina;

-reconheceu a importância que tem a informática na escola;

-passou a usar com mais familiaridade os slides, as pesquisas eletrônicas, os emails, enfim as mídias digitais;

-percebeu a importância das mídias digitais como ferramenta pedagógica;

-percebeu a interatividade entre os envolvidos no ensino por meio das TICs.

-ajudou a perceber as tecnologias existentes na escola até então deixadas de lado.

-observou que a aula ficou mais dinâmica, alegre, divertida, mostrou o quanto a TIC influi na vida dos alunos.

-passou a levar os alunos no laboratório de informática com mais freqüência;

-mostrou como usar a informática como ferramenta pedagógica nas aulas.

-aprendeu a organizar os conteúdos, os trabalhos dos alunos e outros arquivos de modo mais organizado e prático;

Em relação à segunda não houve respostas repetitivas, as mais relevantes foram:

-os alunos demonstraram muito interesse em pesquisar na Internet;

-utilizou a internet no laboratório para pesquisar experimentos de Física;

-realizou atividades com os alunos online, e também aplicou a prova do 4º bimestre online;

-levou os alunos para construir apresentação no PowerPoint e depois comentar os resultados no blogger;

-levou os alunos no laboratório de informática para fazer pesquisa, depois pediu aos alunos para desligar o computador e escrever sobre o assunto pesquisado;

-trocou email com os alunos para discutir os assuntos das aulas;

-utilizou sugestão de aulas que entrou no Portal do Professor;

-Levou por várias vezes para os alunos realizarem atividades a partir do curso, como preparar slides, montar um portfólio;

Alguns pontos negativos:

-não, pois a Internet da escola vive com problemas;

-medo de inserir o computador como um novo método de ensino;

-Por minha turma ser de alfabetização não pode utilizar o laboratório de informática;

-não teve tempo de levar os alunos no LI, mas pretende planejar para o próximo ano;

-não teve oportunidade de levar os alunos para o LI;

-não trabalhou porque a prof. Xd informática está de licença;

Em vista disso, Grinspun, (1999), diz que a escola hoje, terá que ser mais voltada para gerar conhecimentos a partir das reflexões sobre as práticas e as técnicas aplicadas, neste sentido, o curso Tecnologia na Educação: ensinando e aprendendo com as TIC, proporcionou aos professores participantes uma nova visão de como encarar essas novas tecnologias como uma ferramenta pedagógica, interativa e facilitadora, despertando neles novas habilidades, novas criatividades, novos conhecimentos, novas práticas pedagógicas, como observa-se nos relatos das respostas obtidas pelos dois questionamentos.

Em face das conquistas, desafios, avanços e dificuldades, têm que pensar numa educação com objetivos mais amplos, tanto em termos de conhecimentos como da formação de um profissional mais crítico e consciente para viver e participar desse contexto de avanço tecnológico, numa visão local, nacional e mundial, numa perspectiva de ação visando à busca de valores comprometidos com uma sociedade mais humana e com mais justiça social (GRINSPUN, 1999).

Cabe então ao professor, lançar mão de toda sua experiência, para lograr as possibilidades para a efetiva informatização nas escolas. (SANTOS, 2003).

Contudo, é lamentável informar que mesmo com tanto empenho por parte do MEC e outros órgão, durante as visitas pude-se também observar que o computador se insere de forma tipicamente protegida pelos gestores nos Laboratórios de Informáticas, o medo que estrague e o receio por furtos, o mau uso da máquina faz com que os muitos gestores mantenham os LIEDs trancados e ainda bloqueiem alguns sites restringindo o acesso dos usuários ao navegar pela Internet, isso dificulta o despertar do interesse e a curiosidade dos usuários, por outro lado a ausência de orientação quanto ao uso e exploração dos softwares livres e sites gratuitos como o YoTube, Orkut e MSN e sites de jogos por exemplo, os quais os jovens mais gostam de navegar, alguns dos laboratórios de informática se encontram bloqueados para os usuários.

Neste sentido, segundo Riveiro, Galol (2004), é preciso quebrar a barreira do acesso, depois, é preciso manter esse acesso, afinal o computador e a Internet podem constituir uma ferramenta didática a mais nas salas de aula. Ter acesso significa não apenas poder manipular a tecnologia, mas fundamentalmente, fazer leitura crítica e política da utilização dessa tecnologia.

De acordo com Belloni (1999), há três precauções que devem orientar o uso educativo das NTICs.

1ª) A educação deve problematizar o saber, contextualizando os conhecimentos, colocando-o em perspectiva, para que o educando possa apropriar-se deles e utilizá-lo em outras situações.

2ª) Reconhecer a diferença entre informação e conhecimento. O conhecimento ainda não é o saber, e o saber escolar é contínuo, é infindável. É seleção e interpretação dos conhecimentos cuja aquisição é julgada indispensável ao desenvolvimento pessoal é a competência dos que aprendem.

3ª) Não utilizar as NTICs para resolver problemas dos sistemas de ensino em dificuldades ou como antídoto para as doenças crônicas da educação.

Há uma série de questões complexas sendo levantadas no âmbito das instituições educacionais, dentre elas, a necessidade de integrar tecnologias às práticas pedagógicas, visto que isso poderá se constituir em importante espaço para uma aproximação com as novas gerações de pessoas.

Porém, como pensam muitos administradores e acadêmicos, deve haver uma profunda mudança no modo de ensinar e na própria concepção e organização dos sistemas educacionais gerando profundas modificações na cultura da escola, a começar por certa organização do espaço, do tempo, dos atores e objetivos em determinada situação, que impõem necessariamente novas estruturas e relações (BELLONI,1999).

Considerações finais

De acordo com os relatos dos bolsistas contratados, os professores inscritos e matriculados inicialmente demonstraram-se imensamente motivados, e a sua expectativa foi de aprender a manusear o computador tecnicamente, porém, ao conhecer o ambiente e o conteúdo do curso uma parte dos cursistas preferiu desistir que mergulhar nas leituras, vídeos e atividades, por um lado à falta do material impresso, CDROM, conexão com a Internet, problema em acessar a plataforma por causa de senhas, entre outros, também motivaram a evasão de alguns, sem citar a tripla jornada de trabalho que de muitos professores em alguns municípios enfrentam ficando sem horário para participar do curso.

Mesmo assim, os cursistas que demonstraram interesse e tiveram condições em continuar, se mostraram felizes com a oportunidade, souberam aproveitar apesar das dificuldades enfrentadas, puderam experimentar esta nova ferramenta como um material didático elaborando aulas e levando seus alunos nos laboratórios de informática, e se vislumbraram com as descobertas, a quantidade e a qualidade de informação que obteve ao navegar pela Internet e ao mesmo tempo realizar as atividades onde puderam construir um hiperportifólio e um hipertexto. Conheceram o Portal do Professor e se inscreveram no portal.

Frente a esse avanço sem se esquecer das dificuldades, Belloni (1999), fala que para compreender o papel das NTICs na educação, é preciso considerar como ferramenta pedagógica que seu uso não seja visto como algo para circulação de informação, mas para diferentes situações de aprendizagem em que se busque estabelecer critérios de escolha das técnicas que são mais apropriadas a cada situação, numa perspectiva de imaginação pedagógica e não de invenção técnica.

Bibliografias

BELLONI, Maria Luiza, Educação e distância. Campinas. SP: Autores Associados, 1999.

OLIVEIRA, Ramon de. Informática educativa: dos planos e discursos, Campinas, SP: Papirus, 1996.

OLIVEIRA, Ramon de. Informática Educativa, 7 ed. Campinas: Papiros, 2002.

KENSKI, Vani Moreira. Tecnologias e ensino presencial e a distância. Campinas, SP: Papirous, 2004.

GRINSPUN, Mirian P. S. Z. Et. Al. Educação tecnológica: desafios e perspectivas. São Paulo. Cortez, 1999.