Homo sapiens sapiens

Os conhecimentos adquiridos pelo Homem do qual a humanidade cada dia mais dele necessita, torna essa mesma humanidade mais desumanizada. A atual sociedade vive num dilema constante entre a abundância e a miséria, entre os avanços tecnológicos e o futuro... Há um mergulho num futuro de incertezas e da espantosa inovação diária, “produzindo” seres, cuja interatividade está entre a máquina e seu eu. Antídoto? Curvar-se aos verdadeiros valores humanos. Eis o desafio do homo sapiens sapiens!

A intervenção humana no meio em que vive desestrutura não só o presente, mas saqueia parte do futuro antes porvir. O que hoje é novidade, amanhã não passará de obsoleto, e inovar e recriar perpetuará a insensibilização do óbvio.

Procura-se a todo custo “humanizar máquinas”, subsequente, desumanizando o Homem. Os sentimentos são confusos, ora resultado de mecanização, ora consequência do imediatismo desenfreado, sem reflexão. Uma enxurrada de múltiplas informações provocativas, individualistas e velozes demais, empurra a pós-modernidade ao mesmo instante que a torna senil... O efêmero é eterno e fugaz ao mesmo tempo!

Viver com o necessário, não é possível nos padrões da sociedade do homo sapiens sapiens. A disponibilidade da abundância e do supérfluo instantaneamente camufla qualquer contentamento humano. Assim tão logo, se sente o impulso pelo novo, tornando-o simplesmente “necessário”. É uma insensatez perversa desprovida de sentimentos e cristalizada da indecência e da nudez de valores.

É mister reorganizar, redimensionar, reparar com lentes humanas o olhar que aponta para opções tão desastrosas, a fim de que não se torne estúpida tal “sabedoria” humana. A ação-reflexão-ação-criadora diante da corrida tecnológica, poderá levar a vivência positiva sim, mas é preciso consumir apenas o que é necessário, quiçá o indispensável, será?

Eliete Macêdo
Enviado por Eliete Macêdo em 13/01/2012
Código do texto: T3439536
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